terça-feira, 20 de julho de 2010

Spurgeon e a Liga da Bíblia

- Spurgeon foi um pastor e líder cristão que amou nitidamente o Senhor e defendeu sua causa com integridade. O fato jamais foi tão bem ilustrado como no fim da década de 1880, poucos anos antes da sua morte, quando tinha sido uma figura central em uma situação das mais difíceis dentro da igreja britânica, conhecida como a Controvérsia da Degradação. Esse referido debate doutrinário começou dentro das igrejas protestantes da Inglaterra (mais notadamente na União Batista), quando Spurgeon não pôde mais evitar a crítica à igreja com respeito àquele alarmante abandono das sãs doutrina e prática. Muitas igrejas e seus pastores, que antes haviam sido firmemente conservadores e evangélicos, tornaram-se mais tolerantes quanto às teorias que minavam a autoridade da Escritura e sua visão do homem. Spurgeon observou também um desvio das grandes doutrinas da Reforma e do próprio papel da graça soberana de Deus na salvação. De seu púlpito e nas páginas de sua revista, The Sword and the Trowel (A espada e a pá), ele, corajosa e firmemente, defendeu a verdade e instou com o crente comum que resistisse ao falso ensino e que permanecesse firme nos fundamentos do cristianismo.

Entretanto, a maré do declínio doutrinário prosseguiu nos dias de Charles Spurgeon, e ele foi constrangido por uma consciência piedosa a deixar a União Batista. Pouco depois da sua morte, na década de 1890, alguns dos partidários de Spurgeon formaram uma nova sociedade, chamada Liga da Bíblia, para continuar o combate em favor da pureza e da prática da ortodoxia nas igrejas evangélicas.

Durante os meses da controvérsia, Spurgeon recebeu duras críticas dos seus opositores, porém jamais se abalou na defesa da verdade. O seguinte excerto, pregado durante a Controvérsia da Degradação em um sermão entitulado "Something Done for Jesus" (Algo feito para Jesus), revela a verdadeira natureza dos motivos justos e da própria integridade de Spurgeon:

"Amamos nossos irmãos por causa de Jesus, mas ele é o principal entre dez mil, em todos os sentidos, amável. Não poderíamos viver sem ele. Usufruir sua companhia é extremo gozo para nós; tê-lo volvendo o rosto de nós é nossa tristeza da meia-noite... Oh! Ter o poder de viver, de morrer, de trabalhar e de sofrer diante dele, e tão somente diante dele!...

Se uma obra feita por causa de Cristo pudesse fazê-lo menos amado e ameaçasse privá-lo de toda utilidade, isto seria pouco. Considero meu caráter, popularidade e utilidade como ciscos de poeira, comparados com a fidelidade do Senhor Jesus. É a lógica do Diabo que diz: "Você percebe? Eu não posso vir à luz e defender a verdade porque tenho uma esfera de utilidade que conservo mediante contemporização com aquilo que receio seja falso." Senhores, que temos nós a ver com as conseqüências? Que os céus desabem, mas seja o homem um bom servo obediente do seu Mestre e leal à sua verdade.
Ó homem de Deus, sê justo e não temas! As conseqüências estão na mão de Deus e não nas deles. Se um bom trabalho foi feito diante de Cristo, ainda que lhe possa parecer aos seus pobres olhos baços, como se fosse um grande mal, ainda assim ele teria sido feito, e ele o teria anotado, e, para sua consciência, ele teria oferecido um sorriso de aprovação." (Citado em The Forgotten Spurgeon, 205. ).

Obs: Será que nos nosso dias podemos dizer Amém!??

http://www.josemarbessa.com/2010/05/spurgeon-e-liga-da-biblia.html

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