quarta-feira, 26 de maio de 2010

PENTECOSTAIS COMO PRINCIPAL COMBUSTÍVEL DO FOGO DO INFERNO. PARTE 1


O meu desejo ao escrever esse comentário, e justamente o de tentar encorajá-los a ter ousadia na defesa da fé. Para isto, vamos dialogar sobre um assunto muito polêmico no meio evangélico hoje, a saber, o crescente movimento herético chamado pentecostalismo e suas ramificações. O título pode ser um pouco forte, mas eu só consegui encontrar esse para tentar descrever com poucas palavras, no título, é claro, o que pretendo dizer, e mostrar biblicamente como estou correto ao fazer essa afirmação. Vamos logo começando por seus ensinamentos principais.
Teologia da determinação: Cristianismo ou feitiçaria com roupagem moderna?

“Então o tentador, aproximando-se, disse: Se é filho de Deus MANDA que essa pedra se transforme em pães”. MT 4:3

Infelizmente hoje nas igrejas têm-se visto muitos crentes serem levados por falsas doutrinas, como por exemplo, a teologia do determinismo, em que o povo é ensinado por seus pastores a determinarem as suas bênçãos e a colocarem Deus contra a parede exigindo vitórias e “direitos”, porém a verdade é que esse ensinamento equivocado possui o mesmo princípio satânico que vemos no versículo bíblico acima, onde satanás tenta induzir a Jesus a “determinar” ou “reivindicar” que a pedra se torne em pão: “Manda que essa pedra se torne em pão...”

Podemos perceber que satanás lança sua proposta: mande,ordene,reivindique de Deus que transforme essas pedras em pão, Ele tem que satisfazer a sua vontade, se você é filho mesmo você pode. Jesus rejeitou essa proposta. O princípio satânico é o mesmo dessa teologia que parece querer colocar o homem na posição de comando, onde o povo é incentivado a dar ordens a Deus, tentando colocar o homem no comando, a criatura ordenando ao Criador. Temos que ter muito cuidado com esses ensinamentos neo-pentecostais, pois podem trazer muitos prejuízos a obra de Deus e a vida espiritual de muita gente. O Diabo é muito esperto, veja que ele tentou Jesus num momento que qualquer um de nós cairia, pois foi um momento em que Jesus estava debilitado pelo longo tempo de jejum, ele ofereceu o que qualquer um queria nessa hora, ou seja, a comida, que estava ao pleno alcance do Senhor, pois com apenas uma palavra Ele poderia transformar aquela pedra em pão, como também fazer surgir qualquer tipo de comida do nada. Mas, vejamos a sábia resposta do Senhor Jesus: “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. (NVI)
Essa ação de tentar tirar Jesus do trono e determinar que ele faça alguma coisa, é nada mais do que tirar a soberania de Deus, pois se eu tenho um Deus que é Onipotente, mas não é Soberano, posso manipulá-lo de alguma forma para o meu bel prazer. Isso é uma razão do fogo do inferno está a cada dia mais forte, pois há muitos que pensam dessa forma que estão lá e o fogo não para de aumentar, pois está a cada dia sendo mais e mais abastecido com uns combustíveis bem inflamáveis chamados pentecostais e neo-pentecostais.

Doutrinas de demônios

“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios.” I Tm 4:1

os pentecostais ensinam, dentro dessa falsa doutrina, a “confissão positiva” onde dizem que a palavra do homem, ao ser pronunciada, tem grande “poder” e por isso deve-se ordenar e determinar algo através do poder de sua palavra e assim, pela “fé”, um poder será liberado e aquilo vai acontecer e seus desejos carnais serão satisfeitos,do mesmo jeitinho que a feitiçaria ensina, justamente que uma palavra de comando previamente determinada deve ser ativada e assim aquilo que você deseja é liberado. Podemos, então, discernir que essa doutrina da determinação possui o mesmo princípio ocultista, místico e demoníaco utilizado por religiões satânicas, trazendo assim doutrinas de demônios, sorrateiramente, para dentro das igrejas. Dessa forma, mais um motivo de pentecostais ser o principal combustível do fogo do inferno, pois a Bíblia diz que: “...os que praticam feitiçaria...e todos os mentirosos...o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte. Ap.21.8 NVI

servos ou Senhores?

“Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis; Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3:4-5

Vejam só com que malícia enganou nossos primeiros no Éden. Se o poder será “ativado” pela palavra “poderosa” (confissão positiva) do homem, o comando é do homem e não mais do Senhor, logo este estará independente de Deus, justamente como a serpente sugeriu a Eva no Éden conforme o versículo acima, a sedutora oferta de ser igual a Deus, a estar no comando, a ser independente do Senhor, conforme um dia Lúcifer desejou,ele quis tomar o lugar e a Soberania de Deus e ainda hoje quer implantar no homem a mesma semente maligna de rebelião. Na verdade, pastores e líderes que pregam esse engano, não passam de instrumentos de suas próprias cobiças, seduzidos por o método de crescimento rápido e instantâneo de igreja sugerido pelo Papa deles, o Rick Warren. O povo, por sua vez, também atraídos pela sua própria cobiça e querendo um Jesus “instantâneo” para satisfazer seus desejos carnais e luxúrias, sem esquecer se seus caprichos acabam sendo presas fáceis para esse tipo de “negócio”, ou seja, é a clientela e os mercenários da fé, uns mercadejam a Palavra de Deus e vendem Jesus por “trinta moedas de prata”, propagando um evangelho falso, porém muito lucrativo, que enche suas igrejas, enquanto, por outro lado, o povo aceita prontamente tais ofertas, pois querem garantir suas bênçãos sem nenhum compromisso sério com a palavra de Deus, afinal o homem tem essa tendência de querer satisfazer seus anseios e assim são iludidos e persuadidos, tornando-se um Verdadeiro mamulengo nas mãos de lobos devoradores.

Deus é soberano
Desse assunto eu tenho a honra de transcrever as palavras de um servo do Senhor que contribuiu muito para muitos cristãos, tanto em sua época como agora com seus escritos. A.W. Pink, em seu livro, os atributos de Deus, da editora PES.

O sentido da sobe¬rania divina é que Deus é Deus de fato, bem como o é de nome, que Ele ocupa o trono do universo dirigindo todas as coisas, fazendo todas as coisas "... segundo o conselho da sua vontade" (Efésios 1:11).
Acertadamente disse o senhor Spurgeon em seu sermão sobre Mateus 20:15; "Não há atributo mais consolador para os Seus filhos do que o da soberania de Deus, Sob as circunstâncias mais adversas, em meio às mais duras provações, eles crêem que Deus na Sua soberania ordenou as suas aflições, que Ele as dirige soberanamente, e que na Sua soberania santificará todas elas? Para os filhos de Deus não deveria haver nada por que lutar mais zelosamente do que a doutrina de que o seu Senhor domina toda a criação — do reinado de Deus sobre todas as obras de Suas mãos — do trono de Deus e Seu direito de ocupar esse trono. Por outro lado, não há doutrina mais odiada pelos mundanos, nenhuma verdade de que tenham feito joguete a tal ponto como a grandiosa, estupenda, porém certíssima doutrina da soberania do infinito Jeová. Os homens se dispõem a permitir que Deus esteja em toda parte, menos no Seu trono. Dispõem-se a deixá-lo em Sua oficina formando mundos e criando estrelas. Deixarão que esteja em Seu dispensário a distribuir esmolas e a conceder be¬nefícios. Permitirão que fique sustentando a terra e mantendo firmes as suas colunas, que acenda os luzeiros do céu e governe as irrequietas ondas do oceano; mas quando Deus sobe ao Seu trono. Suas criaturas rangem os dentes, e quando nós proclamamos um Deus entronizado, e Seu direito de fazer o que quiser com o que lhe pertence, como também de dispor de Suas criaturas como Ele achar melhor, sem consultá-las sobre a questão, então os homens nos vaiam, nos amaldiçoam e se fazem de surdos para não nos ouvir, porquanto Deus no Seu trono não é o Deus que eles amam. Mas é Deus no Seu trono que muito nos agrada pregar. É em Deus no Seu trono que confiamos".

Deus é soberano e não divide sua glória com ninguém. Todo poder foi dado ao Senhor no céu e na terra, e nós homens, recebemos as bênçãos de Deus pela sua graça, que significa favor IMERECIDO, e não um direito a ser exigido de Deus.
A bíblia nos ensina a pedirmos e não ordenarmos nada. Quem mandou Jesus ordenar que as pedras se tornassem em pão foi o diabo. Jesus recusou a oferta de satanás. Ele disse que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que vem da boca de Deus. Que nós também venhamos a recusar e viver segundo a Palavra de Deus. Somos servos e Ele é o Senhor!
Deus me revelou...
Quantos de nós já ouvimos essas palavras ao freqüentar um culto pentecostal? Muitos de nós as vezes até nos perguntamos, mas Deus falou com ele e comigo não, acho que ele é mais santo do que eu, mas não questionamos essa “santidade”. Se Deus realmente falou com esse “profeta”, então essa profecia deverá ser registrada Bíblia, pois é a palavra de Deus. Sobre esse assunto, usarei as palavras de Patch Blakey, em um artigo publicado na Revista Os Puritanos, ANO V – N° 7 – Novembro/Dezembro - 1997. Via: [ Monergismo ].
Por toda a minha vida cristã eu tenho ouvido outros crentes usarem a expressão “Deus me revelou”, ou alguma coisa parecida. Certa vez, minha esposa contou-me que, alguns anos antes de nos conhecermos, um jovem crente lhe disse que Deus revelara a ele que ela era a moça com quem se casaria. Não preciso dizer que não era. Da mesma forma, em outra ocasião, um jovem me disse que Deus havia lhe revelado que o meu carro (que na época estava à venda) estava reservado para ele.
Ele correu para me informar que não tinha o dinheiro para pagar o preço pedido, mas que apesar disso, Deus tinha lhe dito que o carro seria seu. Para mim foi um tanto engraçado, e possivelmente um pouco desconcertante para ele, quando eu telefonei algumas semanas mais tarde para dizer-lhe que o carro havia sido vendido a outra pessoa que, na providência de Deus, possuía a quantia pedida.

Em outra ocasião, eu estava em um debate teológico com um velho amigo missionário. Enquanto trocávamos versículos e pontos de vistas em nossas cartas, meu amigo missionário finalmente me confidenciou que ele defendia o seu ponto de vista daquela maneira porque, como ele próprio disse: “Foi como se Deus tivesse me dito”. Para reforçar ainda mais seu argumento, ele acrescentou que tal fato (como que uma aparente mensagem de Deus) havia acontecido somente umas vinte vezes em toda a sua vida cristã. Naquele tempo, achei tal argumento difícil de refutar, embora eu continuasse pensando que a sua compreensão do assunto em questão estivesse em desacordo com a Bíblia.

Há muitos outros exemplos. A maioria de nós os temos experimentado. Pessoas se levantam na igreja e anunciam: “Eu tenho uma mensagem de Deus!”. Outros deixam seus empregos e vivem uma vida de ascetismo porque quando estavam presos no trânsito ouviram o locutor de rádio anunciar algum produto e entenderam isso como sendo uma palavra pessoal de Deus para eles. O que devemos fazer com tudo isso? Existe uma fonte inspirada de revelação à parte da Bíblia? A revelação divina, como dizem alguns, ainda continua? Esses que ouvem tais mensagens são mais santos do que o resto de nós? E o que dizer daqueles que têm uma “mensagem do Senhor” que não se realiza? Teria o Deus onisciente se enganado?

No Antigo Testamento a palavra do Senhor vinha pelo Espírito de Cristo (1 Pe. 1:11) que falava através dos profetas (Hb. 1:1). Falsos profetas, aqueles que falavam por sua própria iniciativa, sem que o Senhor lhes ordenasse, eram condenados à morte (Dt. 18:20, Jr. 14:15, Zc. 13:3). Esta era uma punição severa e definitiva para dissuadir aqueles que quisessem se jactanciar falando coisas vãs em nome do Senhor, com o intuito de serem seguidos pelos homens. Isso também ajudou a preservar a verdadeira palavra de Deus, visto que as falsas profecias não foram mantidas como revelação divina, muito embora tenham sido registradas nas Escrituras pelos verdadeiros profetas de Deus.

No Novo Testamento, Deus falou ao seu povo através do próprio Senhor Jesus Cristo (Hb. 1:2), e subseqüentemente através dos apóstolos e profetas (Ef. 4:11,12).

O apóstolo Pedro reconheceu os escritos do apóstolo Paulo como Escritura (2 Pe. 3:15,16). Paulo reconheceu os escritos de Lucas como Escritura (1Tm. 5:18, cfe Lc. 10:7), e assim por diante. Entretanto, nem todo aquele que reivindicava o apostolado era apóstolo. Paulo reconhecia que havia falsos apóstolos (2 Co. 11:13), e João advertiu seus leitores contra muitos falsos profetas que já haviam começado a aparecer (1 Jo. 4:1). Finalmente, o Espírito Santo nos atesta a autenticidade das Escrituras (1 Co. 2:11,12).

A Bíblia é um livro completo; um livro terminado, não um caderno daqueles que se pode adicionar mais páginas. Nós não continuamos a receber páginas adicionais para inseri-las em novos capítulos à medida que são impressas. A Bíblia é o registro da revelação específica de Deus para o homem. A natureza é uma revelação de Deus para o homem (Rm. 1:20) e ela ainda continua a revelar, mas é insuficiente como uma base para se conhecer a vontade específica de Deus. Por exemplo, quem poderia inferir da natureza a monogamia, a queda do homem ou a nossa necessidade de fé em Cristo? E devido à natureza soberana de Deus, Ele, na Sua providência, preserva a Sua palavra através da história (Mt. 5:18).

Deus entregou a Sua palavra aos judeus, não somente àqueles que creram, mas aos judeus como uma raça, um povo (Rm. 3:1,2). Os judeus eram o povo escolhido de Deus (Dt. 7:6). Mas essa condição especial mudou, visto que eles rejeitaram o Senhor Jesus Cristo como seu Messias (Jo. 19:15, Mt. 21:33-45). A transição completou-se no ano 70 depois de Cristo, quando os romanos destruíram o templo junto com o resto de Jerusalém. Esse foi o sinal definitivo de que Jesus estava reinando dos céus e de que os judeus não eram mais, como nação, o povo escolhido de Deus (Mt. 24:2-30; Mc. 12:1-9; Lc. 20:9-16; Rm. 2:28,29). Por conseguinte, não havia mais um sistema estabelecido de escrituração da palavra revelada de Deus.

Tanto Daniel como Paulo profetizaram que a revelação haveria de cessar (Dn. 9:24; 1 Co. 13:8). De fato, Daniel indicou que a revelação de Deus seria encerrada com a destruição do templo que existia na época de Cristo (Dn. 9:26).

Mas, por que Deus não concederia uma palavra de revelação para o Seu povo, a igreja, nos dois mil anos depois da encarnação de Cristo? Simplesmente porque Ele já havia revelado o que é necessário à vida e à piedade (Dt. 29:29; 2Pe.1:3). Deus várias vezes advertiu severamente o Seu povo a não acrescentar nada à Sua palavra (Dt. 4:2, 12:32; Pv. 30:6; Ap. 22:18,19). Acrescentar qualquer coisa ao que Deus já disse é negar a auto-suficiência da Bíblia (e assim dizer que Deus é mentiroso) e exaltar a vã imaginação humana a um nível divino, contrário às Escrituras (Is.55:8,9).

"Deus me revelou" pode ser aceitável se for seguido por um capítulo e versículo da Bíblia. Certamente ir além disso é arrogância humana da pior espécie e deve ser chamada do que realmente é — heresia. Como povo de Deus, nós devemos humildemente nos limitar àquela palavra que Deus tem revelado a todo o Seu povo desde os tempos dos apóstolos, aos sessenta e seis livros da Bíblia e a nada mais.

“Deus me revelou” isso? Não!
Depois destas palavras, aí está mais um motivo de pentecostais ser uns dos principais combustíveis do fogo do inferno.
A igreja deve ir atrás de uma estrutura doutrinária bem sólida. Esta estrutura deveria ser o ponto de partida para dar início ao funcionamento de qualquer igreja. Procurar se posicionar diante de uma corrente doutrinária bíblica é imprescindível se queremos nos afastar das similaridades encontradas entre a igreja e o mundo, visto que os deveres cristãos (principal divisória entre o comportamento cristão e o mundano) são cumpridos com base em convicções doutrinárias inflexíveis.

Precisamos rejeitar qualquer formulação de um sistema doutrinário amoldado às disposições subjetivas e tendenciosas de cada pessoa, lutando em favor da existência de uma igreja fiel e de convicção doutrinária irredutível. Rejeitar a idéia de "cada pessoa tem a sua verdade", mas proclamar a Verdade Absoluta das Escrituras, para não fazer parte do combustível do fogo do inferno juntamente com os pentecostais.
Este momento é o momento que exige uma posição doutrinária convicta e destemida. Os púlpitos conservadores devem falar constantemente dos ideais da igreja e do seu papel na defesa da Palavra de Deus.Precisamos doutrinar esta geração e repetir as atitudes dos nossos pais na fé na luta por uma pregação bíblica fiel e expositiva das doutrinas da Graça, doa a quem doer. Precisamos manter crentes fiéis e inflexíveis na teologia e moldar outros para não serem levados por todo vento de doutrina. Que as nossas igrejas sejam mais rígidas e rigorosas na exigência de uma profissão de fé anti-maçônica, anti-pentecostal, anti-arminiana e anti-liberal.

Que os nossos púlpitos conservadores e reformados sejam verdadeiros púlpitos puritanos de onde são ensinadas as antigas doutrinas da graça, doutrinas fundamentais da Palavra de Deus. “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10).
Também quero fazer minhas as palavras de um homem de Deus que possui uma visão bílica do caso, o Pb. Geovani F.dos Santos:
Precisamos nos precaver de todo o ensino contrário à palavra que muitas vezes é imposto com uma roupagem de inovação, mas não passa da velha mentira satânica camuflada de uma nova roupagem que serve de engodo aos incautos crentes preguiçosos da leitura bíblica. Tais ensinos heréticos precisam ser rechaçados e não tolerados. Porque levam ao tropeço na fé e à perdição. Que Deus guarde nossas igrejas do fermento de iniqüidade, isto é, a falsa doutrina e o falso ensino que contaminam e causam danos à fé.

...E A QUESTÃO DOS MILAGRES?

Antes de fazer um comentário a esse respeito, eu quero também fazer uso das palavras de R.C. Sproul, Extraído de A Mão Invisível – Todas as Coisas Realmente Cooperam para o Bem?R.C. Sproul. 1ª Edição, Editora Bompastor, 2001. São Paulo, SP. 237-262, que pesquisei no site. www.monergismo.net.br :

. Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma (Dt 13.1-3).

Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade (Mt 7.22,23).

Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; eis que ele está no interior da casa, não acrediteis (Mt 24.23-26).

A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade (2Ts 2.9-12).
“As Escrituras retratam Satanás como um ser superior a nós. Ele é um ser angelical, embora seja um anjo caído. Como tal, estritamente falando, ele não é um ser sobrenatural. Ele pode ser superior ao que esperamos ver na “natureza” comum, mas ele ainda pertence à ordem natural no sentido de que ele é uma criatura e parte da ordem de criaturas da natureza. Ele não está no nível de Deus e não possui atributos divinos incomunicáveis. Ele é um ser espiritual, porém um espírito finito. Ele não é infinito, eterno, imutável, onisciente ou onipresente. Ele pode ter mais conhecimento do que temos e um poder maior, mas ele não tem o poder divino.”

“Quando a Bíblia fala de pretensos “milagres” de Satanás, suas obras são chamadas de “sinais e prodígios de mentira” (2Ts 2.9). A questão é a seguinte: o que quer dizer o termo mentira? Isto significa que Satanás pode realizar milagres verdadeiros em favor de uma causa mentirosa? Ou significa que os sinais e prodígios que ele realiza são mentiras na medida em que são truques fraudulentos e não milagres verdadeiros? Os teólogos se dividem nesta questão.”

“Alguns crêem que Satanás pode realizar milagres verdadeiros no sentido de que ele pode fazer obras que são contra naturam, e alegam que essas obras não são contra peccatum , ou “contra o pecado”. Esta distinção técnica tem o objetivo de mostrar que, embora Satanás possa agir contra a natureza, ele nunca pode, ou pelo menos não poderá, agir contra seus próprios propósitos do mal, que são “a favor do pecado” em vez de “contra o pecado” . O raciocínio é que uma casa dividida contra si mesma não permanece e Satanás nunca agirá contra seus próprios objetivos fazendo milagres. Seus milagres sempre são direcionados contra o bem e a verdade de Cristo. Sabemos, por defensores dessa opinião, que podemos discernir a diferença entre os milagres de Satanás e os milagres de Deus, sujeitando-os à prova da Escritura.”
Devemos ter muito cuidado com essa questão de milagres nos dias atuais, pois Deus não realiza milagres desse modo que muitos milagreiros estão fazendo hoje, somente para sua exaltação e arrancar dinheiro dos incautos, fazendo barganhas com Deus e deixando o povo pensar que pode comprar as bênçãos de Deus. Lembre-se: Deus pode fazer muitos milagres, mas sem interferência humana. Quem acha que pode realizar milagres por aí, semelhante os charlatães pentecostais, são nada mais, nada menos do que combustível para o fogo do inferno fazendo companhia a eles. Outra coisa, Deus só realiza milagres se quiser, pois Ele é Soberano. Nada que eu ou você fizer achando que pode merecer qualquer milagre dele, vai fazê-lo mudar de opinião se ele não quiser operar um milagre.
Nesse momento eu vou entrar num assunto que deixará muitos perplexos, mãe é claro, aqueles que ainda não sabiam disso. Existem essas heresias e muito mais no meio pentecostal, como por exemplo, os chamados modismos. Eu pesquisei sobre isso num estudo do pastor Pr. Ricardo Correia de Mattos e vocês ficarão escandalizados com o tamanho das heresias encontradas nesse meio pentecostal.
Fenômeno dos dentes de ouro ou “culto do garimpo”.
Modismo é tudo aquilo que foge a ortodoxia cristã, sendo meramente um vento de doutrina que vem e logo passa, causando, entretanto, confusão e divisões dentro da igreja. É como uma epidemia que pode causar grandes estragos na igreja e, portanto, estes modismos devem ser contidos.
É importante o cristão não se envolver com modismos e permanecer firme na sã doutrina(Gl 1.6-9; 3.3; Ef 4.14; Hb 13.9).
O Brasil, por estar mergulhado no misticismo, feitiçaria e rituais religiosos, possui um terreno fértil para todo tipo de prática sobrenatural ocultista e sensacionalista; o triste é que muitos crentes querem trazer estas práticas para dentro das igrejas.
Normalmente as igrejas mais atingidas são as neopentecostais, por não possuírem boa base de ensino bíblico. Alguns pastores que até eram sérios, por medo de perderem membros em suas igrejas e principalmente dízimos, abraçam estas práticas.
Agora que você conhece o que é modismo, passaremos a estudar alguns deles, começando pelo assunto: “Dente de ouro”.
Este fenômeno é tipicamente brasileiro, ou seja, não nasceu em outro país; pelo menos que se tenha notícias.
Muitos pensam que os supostos dentes de ouro começaram a aparecer dentro das igrejas, o que é um engano.
O primeiro caso registrado (segundo o relatado nos livros: Evangélicos em crise, do pastor Paulo Romeiro, editora mundo cristão e; O Evangelho da nova era, do pastor Ricardo Gondim, editora Abba press) foi em um centro de macumba. Em 1º de dezembro de 1992, o jornal Diário da manhã, de Goiânia, publicou uma carta do pai-de-santo Firmino Salles de Lima, dirigida à redação do jornal, na qual ele relata que o fenômeno dos dentes de ouro apareceu primeiro na vida da mãe-de-santo Guilhermina de Moraes da Rocha, em Salvador, Bahia, em 1985. Outros adeptos alegam ter recebido depois a mesma “graça”.
Quando a moda dos dentes de ouro chegou às igrejas, o fato já havia ocorrido nos terreiros primeiramente. Não é de se estranhar?
Quando o modismo chegou nas igrejas evangélicas; rapidamente se alastrou, pois infelizmente os crentes, não poucas vezes, gostam de andar guiado pelas novidades e modas; como acontece no mundo, quando um novo estilo é lançado.
Estes crentes abandonam a ortodoxia e muitos, independente do aviso dos seus pastores, são levados pela nova onda.
Muitos iam para as igrejas (inclusive pastores) portando espelhos e lanternas para ver o ouro (daí o nome: Culto do garimpo).
O fenômeno causou muita confusão e transtorno; afinal de contas era de Deus, do Diabo ou da carne?
A questão não é se Deus pode dar obturações de ouro ou não, mais a questão é para que Deus daria obturações de ouro a alguém? Mostrar o seu poder? Não seria isto um argumento superficial? Por que as obturações de ouro surgem justamente entre aqueles que acreditam em doutrinas como a da prosperidade?
Irmãos, não se trata de incredulidade e sim de ver claramente fatos que fogem do padrão bíblico ensinado por Cristo.
Os milagres visam glorificar a Deus e não são feitos para nos satisfazer ou testarmos o poder de Deus; isto é pecado! Mt 4.5-7; 12.39.
Os milagres do novo testamento revelavam o amor de Deus pelo homem e sempre ensinavam algo a respeito deste amor.
O dentista evangélico Osiel Cocareli num artigo publicado na revista Ultimato afirma que, juntamente com outros colegas de profissão, examinaram vários casos e constataram que em quase todos NÃO HOUVE MILAGRE. Apenas dentre aqueles nos quais o contato com os seus dentistas particulares não pôde ser efetuado, os casos ficaram a esclarecer (não que tenha sido constatado milagre, mais sim, que não puderam ser verificados).
A mesma revista relata que durante um culto no qual 30 pessoas afirmaram ter recebido dentes de ouro, nenhum caso foi comprovado.
O trabalho de pesquisa da revista de julho de 93, pg 29, traz o seguinte resultado:
90% eram restaurações ou incrustações já preexistentes; 75%das incrustações eram de duracast (uma liga de cobre e alumínio que assume o aspecto semelhante ao ouro em coloração e brilho, no entanto, sem o valor do mesmo) e 25% eram restaurações em ouro antigas.
O milagre não deve tornar aquele que orou alguém importante e não deve visar um status terrestre para aquele que o recebeu, como, por exemplo, quem tem mais dentes de ouro na boca é mais abençoado.
O exaltado sempre deverá ser o Senhor!
Não há base bíblica para os milagres das obturações de ouro. Isso é mais um motivo para dizer que os pentecostais são o principal combustível do fogo do inferno.
ARREBATAMENTO?... UMA VOLTINHA PELO INFERNO
Toda experiência deverá ser analisada a luz da Palavra de Deus; devemos ser um pouco mais Bereanos! At 17. 10-12. Vejamos:

1º)Primeiramente a Bíblia não conta nenhum caso de pessoas que foram ao inferno e voltaram. Sabemos de relatos Bíblicos de pessoas que foram arrebatados à presença do Senhor; mais ao inferno absolutamente não!
2º)Em segundo lugar, ainda que alguém fosse ao inferno, não teria visto pessoas naquele lugar, pois o inferno ainda não foi inaugurado! Não confundir inferno (lago de fogo e enxofre) com Hades ( lugar onde os ímpios estão aguardando o juízo; lugar de tormentos).
3º)O Diabo não está no inferno e sim nos ares (Jo 1.7,2.2 ; Ef 6. 12)
4º)O Diabo será lançado no inferno somente após o milênio (Ap 20.10)
5º)No inferno não haverá tempo para o Diabo brincar ou torturar alguém, aliás, isto seria um prêmio para ele, mais no inferno ele será atormentado ( Ap 20. 10b)
6º)Quem vai inaugurar o inferno é a Besta e o Falso profeta, após a tribulação (Ap 19.20)
7º)Os ímpios serão lançados no inferno após o juízo final (Ap 20.11-15)
8º)Tudo o que precisávamos saber a respeito do inferno, Deus já revelou através da sua Palavra.
9º)Foi preparado para o Diabo e seus anjos ( Mt 25.41)
10º)Existe consciência (Mc 9.44)
11º)Existe pranto e dor (Mt 8.12;25.46)
12º)O seu fogo é eterno( Mc 9.44)
Uma voltinha pelo céu
Ouvimos muitos testemunhos de pessoas que supostamente foram ao céu, elas relatam histórias como:
a- Viram muitas casas, as melhores sempre são daquelas irmãs do círculo de oração; as piores dos seus pastores.
b - Alguns tiveram a oportunidade de se assentarem no trono de Jesus.
c- Outros afirmam ter visto anjos costureiros bordando toalhas de ouro.
d- Conversaram com anjos e contam todos os detalhes das conversas que tiveram com Jesus e com os anjos.
As histórias são incríveis e os relatos das conversas no céu são impressionantes! Tal como no caso daqueles que foram ao inferno, igrejas convidam estes santos irmãos para testemunharem e lotam nestes dias.
Os que tiveram estas experiências justificam usando o texto de II Co 12.1-4, entretanto:

1º)A ênfase no texto não era o arrebatamento e sim nos sofrimentos de Paulo por amor ao Evangelho. Paulo estava defendendo a sua autoridade apostólica, firmado nos seus sofrimentos por Cristo. Ele dizia que nenhuma experiência poderia ser motivo de orgulho da sua parte, coisa que os “irmãozinhos” andam fazendo por aí!
Alguns falsos apóstolos afrontavam a Paulo e contestavam a sua autoridade. Paulo diz que teria muitos motivos de se gloriar, no entanto, não faria isso, mais se gloriaria nos sofrimentos e fraquezas, pois, segundo ele ensinava, o poder de Deus se aperfeiçoava na sua fraqueza.
2º)Quanto ao que ele ouviu, disse o apóstolo que não era lícito falar(II Co 12.4). Como podem contar supostas conversas no céu estes irmãos?
3º)Paulo esteve no paraíso( 3º céu) e não no céu dos céus!II Co 12.2,4
4º)Paulo nem conta detalhes do arrebatamento. Aconteceram coisas que ele próprio não sabia explicar. ( II Co 12.2,3)
5º)Jamais algum homem na Bíblia foi ao céu e voltou para contar! Jo 3.13
6º)Tudo o que Deus quis revelar a respeito do céu, está escrito em sua Palavra.
7º) Quanto às casinhas no céu, em João 14, Jesus afirmou que na casa do Pai haviam muitas moradas (muitos quartos em uma casa), ou seja, moraríamos para sempre com Deus. Não seremos vizinhos de Deus, ou vizinhos uns dos outros mais morarão juntos!
Nos casos relatados acima, trata-se de falso testemunho, pois não podem resistir diante da Palavra de Deus; entretanto, devemos ter cuidado com a incredulidade também, pois existem casos de verdadeiros arrebatamentos espirituais, embora sejam raros.
Creio neste tipo de operação nos dias de hoje, no entanto, experiências pessoais jamais podem se tornar fonte de ensino ou base de sustentação para a igreja.
O povo não deve ser induzido a este tipo de experiência, pois cairá no engano da carne ou do Diabo.

CULTO DO “CAI-CAI”
Este fenômeno consiste no seguinte: Um determinado “pregador”, que, por sinal nada prega, em certo momento do culto começa a orar pelas pessoas para que elas caiam no chão, supostamente pelo poder de Deus. Algumas vezes é soprado sobre as pessoas para que elas caiam ou joga-se o paletó nelas. Em alguns cultos ocorre uma queda coletiva.
As pessoas vão ao culto para ver o show e as igrejas ficam super lotadas. Geralmente o momento do louvor é extenso (para que se mexa mais no emocional das pessoas) e não se dá a atenção devida a palavra de Deus. Quando há pregação elas giram em torno sempre das mesmas coisas, tais como: Sinta o poder de Deus, Receba a unção e você deve se entregar.
Nota: Poder de Deus para eles é o que faz as pessoas caírem ou então os êxtases emocionais; receber a unção é cair; e entregar é esvaziar a mente e deixar Deus derrubar!
Há aproximadamente 12 anos, no RJ, em uma reunião no Maracanãzinho, O casal Charles e Francis Hanter não somente usou deste artifício, como também incentivou ao público para que orassem uns pelos outros para que o companheiro caísse no chão.
Como a maior parte dos fenômenos bizarros que ocorrem em nossas igrejas, esta moda veio de pregadores hereges americanos, dos quais, o mais famoso é Benny Hinn; sem dúvida alguma este foi o que mais influenciou na divulgação da prática.
Embora Benny Hinn tenha se retratado por algum tempo das suas aberrações, inúmeros pregadores continuam a fazer as mesmas coisas.
Outros “pregadores” famosos que entram por esse caminho são: Kathryn Kuhlman e Kenneth Hagin.
O coração das pessoas, ao agir pela emoção, fica aberto para receber todo tipo de coisa sem passar pelo crivo do intelecto. Não podemos confundir emoção com fé, muitas pessoas tiveram as suas vidas destruídas por agirem pela emoção. O Diabo se aproveita do sensacionalismo e das emoções humanas, uma prova disso é o fato de inúmeros católicos chorarem diante da imagem de Maria e dizer de “pé junto” que ela está presente. Emoção é muito bom, porém não dever ser a base da fé; sei que Deus está comigo não pelo fato de chorar, mais sim porque a Bíblia me diz isto! Chorar é bom, mais não é tudo! A verdadeira fé deve ser baseada em algo, e este algo, é a Palavra de Deus. Devemos ver se determinada prática está conforme os ensinos de Cristo para que não sejamos enganados!
Muitos cristãos andam sentindo coisas nos seus corações esquecendo-se que enganoso é o coração do homem ( Jr 17.9).
Josué agiu pela emoção e desobedeceu a Deus ( Js 9)
As mulheres em Israel choravam por Tamuz ( Ez 8.13-15 )
Lembre-se que :
Toda manifestação sobrenatural deverá ser analisada a luz da Palavra de Deus! Por favor! Não se tornem combustível para o fogo do inferno!
A UNÇÃO DOS QUATRO SERES VIVENTES “unção do riso”
Não podemos definir com exatidão a origem destas manifestações, mais não podemos negar a forte influência e ligação com a “benção de Toronto”. Sem dúvida a Igreja do Aeroporto no Canadá exerceu papel marcante na divulgação do fato. Estudaremos a origem a partir das manifestações na Igreja do Aeroporto.
O fenômeno iniciou-se em 1994 em Toronto (Canadá), na igreja pertencente à Comunhão da Videira, conhecida como Comunhão da Videira do Aeroporto de Toronto, ou simplesmente, Igreja do Aeroporto. O pastor chama-se John Arnott e sua esposa(também ordenada pastora) chama-se Carol.
O movimento, segundo os seus líderes, é um avivamento. Alegam que Deus lhes deu algo a mais, e a presença do Pai é tão forte que as pessoas presentes gritam, rolam pelo chão e dão gargalhadas histéricas (risos incontroláveis, a ponto das pessoas caírem no chão). Nas reuniões também ocorre o famoso “cai-cai”; entretanto, o que mais chama a atenção é a gargalhada Santa, que passaram a chamar de “unção do riso” ou “benção de Toronto”.
Milhares de crentes curiosos foram até Toronto, inclusive muitos pastores. Segundo Arnott foram recebidos aproximadamente 30.000 pastores e líderes; o que fez com que o movimento se espalhasse pelo mundo.
Igrejas brasileiras da chamada 3ª onda (neopentecostais), abraçaram rapidamente o movimento.
Arnott, que era Batista, diz ter recebido algo a mais nas igrejas pentecostais de Toronto.
Sua vida foi fortemente influenciada por Benny Hinn, e no ano de 1992 esteve em um congresso promovido por Hinn em Toronto ansioso em ter a mesma “unção”.
Entrou no ministério da Videira em 1981 e em 1993 começou a pastorear a Igreja do Aeroporto. Seu ministério era típico do movimento neopentecostal, com ênfase nos sinais e prodígios, visões, cura interior, libertação, etc...
Em novembro 1993 o casal foi à Argentina para ver o avivamento que estava acontecendo através de Cláudio Freidzon, um líder das Assembléias de Deus naquele país. Em uma das reuniões, Arnott e sua esposa caíram no chão e ao se levantarem, Cláudio perguntou se queriam receber a unção e eles responderam que sim. Segundo Arnott, o Senhor lhe disse: “O que você está esperando? Receba-a, ela é sua!”.
Quero dar uma pausa aqui neste ponto.
Como pode um homem que se diz pastor andar atrás de toda manifestação mística que surge? Querido, a Bíblia nos ensina a não fazermos tal coisa! Ef 4.14
Que tipo de avivamento Deus deseja dar, sem ser acompanhado de um intenso amor pela sua Palavra, transformação de vida e santidade? Que avivamento é esse no qual as pessoas caem rolando pelo chão gritando como se estivessem possessas?
A maior parte dessas pessoas que rolam, gritam e dão risadas histericamente possuem um péssimo testemunho cristão!
Quando olhamos para o avivamento em Israel na época do rei Josias, percebemos que ele estava ligado com um encontro com a lei do Senhor, arrependimento e mudança de vida! II Rs 22
O verdadeiro avivamento Bíblico no Novo Testamento foi acompanhado de lutas e perseguições; e obediência à ordem de Cristo com intenso desejo de anunciar o Evangelho! At 4.24-31; 5.40-42; 8.1-8.
Todo avivamento verdadeiro deverá sempre ser acompanhado dos seguintes elementos:

1º)É gerado pela ação do Espírito Santo através do amor e obediência a Palavra de Deus;
2º)Trará um forte desejo de santificação, arrependimento de pecados e transformação de vida;
3º)Gera vontade de orar, ler a Bíblia e falar do amor de Deus.
4º)Será seguido por lutas e perseguições que o aumentarão ainda mais!

A “unção do riso”
Em Janeiro de 1994, em um culto na igreja de Arnott, ao orarem com imposição de mãos, as pessoas caíram rindo e chorando ao mesmo tempo; algumas entravam em estado de histeria.
Arnott ficou surpreso, pois esperava apenas o famoso “cai-cai”, no entanto, as pessoas rolavam de rir!
Dês de então, curiosos do mundo inteiro passaram a ir até Toronto para conhecer o que chamaram de “benção de Toronto”.
Em todos as reuniões aconteciam as mesmas cenas: Gargalhadas histéricas; pessoas tremendo, outras duras no chão com os olhos fixados no vazio, etc...
O líder da denominação no Canadá aceitou o fenômeno dizendo ser obra de Deus.
Como toda seita nova ou religião falsa, seus fundadores são baseados em experiências pessoais, alegam que Deus falou diretamente com eles, que tiveram alguma visão ou revelação especial. Veja em Gl 1. 6-9
Amados, tenhamos cuidado com o “sentismo” que impera nesses últimos dias no coração dos crentes. Todos sentem coisas e alegam que Deus falou consigo!
O que há de errado em tudo isso? Com que propósito Deus jogaria as pessoas no chão para se portarem de uma maneira histérica, rindo descontroladamente? Além do que já foi visto anteriormente, não há nenhum respaldo bíblico para a “unção do riso”. Textos como Sl 100.2; 126.2 ou ainda Ne 8.10; Jo 16.22 e Rm 14.17, de modo algum oferecem base para que as pessoas caiam pelo chão rindo histericamente. Estas coisas nos fazem lembrar de I Co 14. 23, 32, 33.
A “unção dos quatro seres viventes”

O pior ainda estava para acontecer. A igreja de Toronto não ficou apenas na unção do riso mais experimentaria em 1995 algo ainda pior.
Durante uma reunião, na qual Arnott não estava presente, no momento da ministração, quando pregava um pastor chinês, líder das igrejas de maioria chinesa na cidade de Vancouver (Canadá), o referido pastor começou a urrar como leão e pôs-se de “quatro”.
Este fato foi comunicado a John Arnott ao retornar de sua viagem aos EUA; o mesmo resolveu então entrevistar o pastor chinês diante da igreja. O fato tornou a acontecer; o pastor “de quatro” urrava como leão, engatinhava de um lado para o outro e gritava: “Deixa ir o meu povo!” Ao voltar a si, ele afirmou que Deus tinha lhe dado aquela mensagem, pois o seu povo (chinês) vivia sob o dragão, mais agora (segundo ele) o Leão de Judá iria livrar o seu povo. Arnott rapidamente teve o fato como algo divino, mais desta feita a denominação excluiu a igreja do ministério.
Embora desligada da Comunhão da Videira no Canadá, a Igreja do Aeroporto já era conhecida o suficiente para se manter.
A UNÇÃO DOS QUATRO SERES VIVENTES- O FENÔMENO NO BRASIL
Sem dúvida alguma; a influência dos acontecimentos ocorridos na Igreja do Aeroporto pode ser detectada claramente em algumas igrejas neopentecostais brasileiras. A unção do riso, os ataques de histeria e muitas outras coisas são vistas ainda hoje em algumas denominações; entretanto nada chama tanta atenção como a unção dos quatro seres viventes.
Como vimos na outra aula, não se pode definir com exatidão onde se manifestou primeiramente a moda, mais fica claro o papel primaz da Igreja do Aeroporto na disseminação da prática.
Do mesmo modo, é difícil precisar quando esta nova onda herética e bizarra chegou aqui entre nós, mais atualmente não se pode deixar de enxergar a forte influência do ministério Casa de Davi na prática da unção dos quatro seres viventes.
Todo modismo vem e passa, mais o duro é quando um grupo que se diz evangélico torna o modismo um dos seus alicerces; por exemplo, o G12, que é uma moda, tornou-se parte do corpo doutrinário de muitas denominações; da mesma forma a unção dos seres é parte fundamental do ministério Casa de Davi.
Pelo motivo deste ministério divulgar a prática acima descrita, faz-se necessário estudar um pouco a respeito dele.
O “ministério” Casa de Davi
O primeiro problema deste ministério é que ele alega não ser uma igreja e sim um suporte de ajuda para que elas aprendam a adorar a Deus. Quando afirmam ser apenas um ministério profético (para eles significa dizer que foram chamados para profetizar / ministrar às igrejas) isso causa um grande problema, pois querem ensinar as outras igrejas como devem agir, causando grande confusão.
Neste ponto eu pergunto: Se não é uma igreja, a quem seus líderes são submissos; por acaso pastoreiam a si próprios? A que denominação eles pertencem?
Qual a base teológica e no que eles realmente crêem em termos de doutrina bíblica?

O ministério Casa de Davi surgiu em 1997, segundo o seu próprio líder, Mike Shea; no entanto, sua primeira visão veio em 1993, quando, segundo o seu relato, Deus mostrou a ele uma chave na cidade de Londrina e desde então vem lhe dando revelações nas áreas de adoração pessoal ao tabernáculo de Davi, mapeamento espiritual, sinais e símbolos proféticos e fundamentos apostólicos para a nação. Em 97, Mike montou a sua equipe junto com a sua esposa Marlene iniciando o ministério Casa de Davi.
O nome deveu-se a chave, que segundo o líder, é a chave literal da Casa de Davi.Esta chave, segundo Mike, é a chave do reino do céu, baseando-se em Ap 3.7 e Is 22.22 .
Para Mike, Deus pois no coração de Davi a construção de um local onde seria adorado 24hs e os sacerdotes e levitas seriam divididos em turnos, Mike afirma ter a missão de levantar um tabernáculo de Davi, onde possa haver esta adoração com divisão em turnos. Ele considera ter recebido de Deus a revelação sobre a adoração verdadeira.
Em 1996, Mike Shea disse que o Espírito santo mostrou o lugar da construção do centro de adoração 24hs que se tornou a sua principal ambição.Em 1997, quando começou a juntara sua equipe, Mike conheceu a Davi Silva que desde então o acompanha em suas viagens e seminários, sendo peça fundamental no ministério Casa de Davi.
Segundo Mike, o ministério Casa de Davi é um ministério profético, ou seja, foi chamado para ministrar (profetizar) às igrejas.
Mike diz ter ouvido do Espírito revelações em forma de ordem, tais como: Deixa fluir o Rio do Leão, Brasil tu és escolhido e Haja a Casa de Davi!
Para angariar fundos, usam de recursos igualando-se a outras igrejas neopentecostais. Como exemplo podemos citar a venda de pulseiras de miçangas que representam o rio do leão e os quatro seres viventes, bem como a realização de seminários com a venda de fitas e outros materiais.

A Casa de Davi se esquece do capítulo quatro de João, versículos 23 e 24 que traz o ensino da verdadeira adoração. Os judeus diziam que o local verdadeiro para se adorar a Deus era em Jerusalém, os Samaritanos diziam que era no monte Gerizim, mais Jesus disse: Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.
Aberrações e desvios doutrinários
Aos moldes de seitas, tais como os Mórmons, Testemunhas de Jeová, Adventismo do Sétimo Dia, Igreja da Unificação Mundial (Rev. Moon) e outras, o ministério Casa de Davi está fundamentado em revelações e visões pessoais de seu líder e não na Palavra de Deus; e o pior é que suas visões e revelações são contrárias ao que a Bíblia ensina. Além deste ponto crucial, podemos citar as suas práticas aberrantes, a saber:
Unção dos quatro seres viventes;
Confissão de pecados passados tanto pessoais como da nação, estado ou cidade;
Mapeamento espiritual para descobrir quais os pecados que deixaram Deus afastado daquele determinado lugar;
Venda de objetos simbólicos;
Mistura de judaísmo com misticismo e cristianismo, com certas práticas, tais como toque da buzina, construção do centro de adoração 24hs com divisão de turnos para todas as igrejas participarem em um lugar único onde possam se reunir para uma adoração contínua (imitação fajuta da adoração levítica), adoração de costas para não aparecer (aparecendo!), e outras.
O ministério Casa de Davi prega, nada mais nada menos, que um outro Evangelho.
Evangelho significa Boas Novas, estas boas novas estão escritas na Palavra de Deus, no entanto Mike Shea traz novas revelações. Leia Gl 1. 6-9
Os quatro seres na Bíblia
Os quatro seres viventes são mencionados na Bíblia em Ezequiel, no capítulo 1 e no livro do Apocalipse, capítulo 4, versículos 6 a 11. Depois são citados brevemente nos capítulos 5 .8-14 e 6 .1,3,5 a 7 do mesmo livro(Ap).
No livro do profeta Ezequiel eles retratam a glória de Deus (talvez haja uma relação com os seres de Is 6. 1-8).
Fora os textos acima mencionados, os seres não são mais citados.
Não consegui enxergar nada que justifique as pessoas urrarem na igreja, mugirem, piarem ou chorarem e rirem descontroladamente, e o pior; baseadas na existência dos quatro seres viventes. Vejamos então:
Todo problema gira em torno da adoração, que, segundo dizem, é o tipo de adoração perfeita e que Deus supostamente quer. Perfeita???
1º)Primeiramente, em todos os textos citados sobre os seres viventes, a glória de Deus estava sendo mostrada. Deus é Espírito e não pode ser visto pelos homens, no entanto, ele mostra o seu infinito poder e grande glória através das visões do seu trono majestoso e todo ambiente magnífico que o envolvia. Vale lembrar que a expressa imagem do Pai está em Jesus Cristo o seu Filho.
Em Ezequiel vemos na visão do capítulo primeiro a manifestação do poder de Deus: a sua onipresença (ex: versículo 17), a sua onisciência (ex: versículo 18) e a sua onipotência (ex: versículo 20), e a sua santidade (ex: versículo 23).
Em Isaías, vemos também a manifestação da glória de Deus e sua santidade (6. 2e3).
Nestes dois textos o propósito claro do Senhor é contrastar a sua santidade com a superficialidade do homem. Deus estava chamando os profetas e mostrando que apesar deles serem pequenos, o Deus Todo Poderoso estaria com eles e os capacitaria. Deus estava disposto a usar homens pequenos para mostrar o seu grande poder.
No texto do livro do Apocalipse, os santos são vistos no céu participando desta glória maravilhosa e o capítulo 5 deixa claro que isto se deve a vitória do Cordeiro.
Não existe absolutamente algum tipo de ensino explícito ou implícito nestes textos que justifique a adoração imitando o som de animais; isto é simplesmente ridículo!
2º) Os seres viventes falavam em linguagem inteligível! Eles não urravam, não mugiam, não piavam... Os seres viventes falavam em linguagem compreensiva, pois o intuito da visão era mostrar a exaltação a Deus. Os seres não andavam “de quatro”, mais ficavam de pé, em posição ereta!
Os seres não caíam estrebuchando pelo chão histericamente, mais antes se prostravam, ou seja, tomavam postura de reverência (Ap 5.8).
3º) Ser cheio do Espírito Santo não significa tomar atitudes de loucura e sair de si, o espírito do profeta é sujeito ao profeta e Deus não é Deus de confusão! I Co 14. 32,33 e 40.
4º) Nas reuniões é gerado um clima psicológico que torna as pessoas propensas a fazerem qualquer tipo de papel ridículo induzidas pelos que estão conduzindo a suposta adoração.
5º) A adoração no céu jamais pode ser comparada com a adoração na Terra, haja vista no céu já estarmos glorificados. I Co 13. 8-13
6º) A adoração em Israel, ou seja, no antigo pacto, jamais poderá ser comparada com a adoração desfrutada pela igreja na dispensação da graça de Deus. Jo 4. 23e24 , II Co 3. 13-18, Hb 12. 18-24
Toda prática de adoração que nos leve de volta ao judaísmo e a tradições impostas em forma de nova revelação, fere a Graça de Deus e é contrária ao ensino Bíblico. Exemplos: Adorar de costas para o público, soprar o chifre, etc...
A unção dos quatro seres viventes é uma aberração sem respaldo bíblico e, portanto deve ser rejeitada! Quem não rejeita esse tipo de doutrina falsa, corre o risco de se tornar combustível para o fogo do inferno.
Este artigo poderá causar grandes incômodos aos pentecostais e seus simpatizantes, e com essa primeira parte eu termino fazendo uso das palavras de Martinho Lutero:
“...Onde quer que o evangelho for pregado em sua pureza e simplicidade, engendrará sempre em conflitos e controvérsias...”
“Aqui estou, que Deus me ajude. Não posso proceder de outro modo.”

BIBLIOGRAFIA

Martinho Lutero, Nascido Escravo. EDITORA FIEL
A.W. Pink, os atributos de Deus, da editora PES.
http://www.eleitosdedeus.org/versiculos-arminianos/analise-calvinista-de-versiculos-arminianos-hebreus-2-9-heitor-alves.html#ixzz0gdZHM0gL
Sociedade Calvinista

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Os Puritanos e a Psicologia


A orientação psicológica puritana parece pitorescamente antiquada aos padrões atuais, mas provou-se bastante útil no elucidar da vida interior do indivíduo. Pensava-se que o cérebro abrigava seis ou sete compartimentos, cada qual representando um aspecto diferente da alma. Imagens sensoriais de vários objetos, conhecidos como fantasmas, são mediadas por meio de cinco sentidos e entram no compartimento do cérebro conhecido como senso comum. Esse aspecto identifica os fantasmas, distingue-os uns dos outros, e os retransmite à imaginação. A imaginação compara um fantasma a outro, atribuindo-lhes significado e inteligibilidade, e é capaz de retê-los quando o objeto não está mais sendo visto. Os fantasmas são, aí, armazenados na memória para referências e consultas futuras.
A compreensão convoca os fantasmas por meio da memória ou da imaginação; emite juízo quanto a ser certo ou errado, verdadeiro ou falso; aí toma a decisão com relação ao curso de ação a ser seguido. A vontade recebe instruções da compreensão via operação do sistema nervoso e direciona a mesma ao corpo, conforme necessário. Então, as afeições acionam os músculos do corpo, de acordo com o direcionamento da vontade.
A seguinte ilustração demonstra como as faculdades funcionavam conjuntamente: Então o urso, encontrado na região inóspita, provoca no olho um fantasma de urso, que é identificado como pertencendo às espécies de urso, no senso comum, reconhecido como perigoso na imaginação, associado a perigos guardados na memória, é declarado na razão objeto do qual se deve fugir, emitindo um sinal de comando à vontade, que então provoca a emoção chamada medo, que finalmente aciona os músculos das pernas para que ele fuja. Lembrando que essa descrição é absurdamente simplificada, e que para cada ponto dela havia um extenso campo de questionamento, ainda assim podemos considerá-la substancialmente a concepção subjacente ao discurso puritano acerca do comportamento humano, acerca do pecado do homem, e acerca da regeneração.
A faculdade omitida na ilustração, que exerceu um papel-chave no aconselhamento puritano, é a consciência.
A consciência é a faculdade da alma, ligada ao julgamento moral, que lida com as questões de certo e errado, bom ou mau. A palavra vem do latim conscientiae, que significa um conhecimento (scientia) retido com (con) outro, ou seja, Deus. A consciência fala com a voz de Deus, representando um conhecimento partilhado que é, na realidade, o conhecimento mais preciso que um homem pode ter de si mesmo. Ames define a consciência como "o juízo que o homem faz de si mesmo, de acordo com o juízo que Deus faz dele". David Dickson elaborou com requinte a seguinte proposição: "A consciência, no que diz respeito a nós mesmos é... o poder de compreensão de nossa alma que examina como as questões permanecem meio a meio entre Deus e nós, comparando a vontade revelada dEle ao nosso estado, condição e caminhada, em pensamentos, palavras e ações, executadas ou omitidas, e emitindo juízo conforme necessário".
Ames considerou a consciência como sendo um juízo prático por meio do qual as pessoas aplicaram o que sabiam ao se auto-avaliarem, de forma que se tornou norma para direcionar a vontade. No pensamento puritano, a consciência operava de acordo com o formato silogístico. A essa altura, os puritanos tomaram emprestado da casuística católica e utilizaram o pensamento aristotélico na forma do silogismo prático. Embora tenham usado aspectos da metodologia católica, eles negaram os resultados católicos, particularmente o conceito da probabilidade e a ênfase jesuítica acerca de que os fins justificam os meios. A estrutura silogística era composta de três partes: 1) a proposição ou premissa maior; 2) a suposição ou premissa menor; 3) a conclusão. A proposição, ou syntersis, foi o padrão a ser utilizado, brotando da vontade revelada de Deus. A suposição, ou syneidesis, era a medida que o indivíduo tinha de si mesmo, quando comparado aos padrões declarados. A fase da suposição incluía dois passos: primeiro, uma comparação da ação em questão com a proposição, e segundo, o juízo da ação com base na comparação. A conclusão, ou krisis, pronunciava a sentença relativa à ação da pessoa com base no juízo feito na syneidesis. A sentença produziria ou alegria e esperança, ou abatimento e desespero.
Dois exemplos a seguir demonstram o modo de funcionar do silogismo prático. A consciência do descrente, quando alicerçada no testemunho das Escrituras, raciocinaria da seguinte forma:
Syntersis: A pessoa que vive em pecado morre.
Syneidesis: Eu vivo em pecado.
Krisis: Portanto, eu morrerei.
Se o evangelho for abraçado pelo descrente, a consciência dele funcionará da seguinte forma:
Syntersis: Aquele que crê em Cristo não morrerá; viverá.Syneidesis: Eu creio em Cristo.Krisis: Portanto, não morrerei, mas sim, viverei.
Operando dessa forma silogística, a consciência julga independentemente da vontade. "Ela permanece sobre nós, dirigindo-se a nós com a incondicionalidade da autoridade que não demos a ela e que dela não temos como tirar." A consciência funciona como nosso sistema nervoso espiritual - a dor da culpa informa a compreensão de que algo está errado e carece de correção. Para os puritanos, a culpa negligenciada significava destruição certa. Richard Sibbes comparou a autoridade da consciência a um tribunal divino dentro da alma humana, no qual ela serviu de testemunha, promotora, juíza e executora da pena. No livro A Guerra Santa, que descreve a tomada da cidade de Alma Humana por Diábolos, John Bunyan explicou o efeito da consciência - à qual deu o nome de Sr. Oficial de Registros - sobre o descrente: Ele foi muito degenerado pelo seu rei anterior, e também muito se agradou das várias das leis e serviço do gigante; mas nada disso foi suficiente, pois ele não era completamente seu. De vez em quando pensava em Shaddai, tendo boiror da lei deste que sobre ele pairava, e aí falava contra Diábolos com uma voz tão potente quanto um rugido de leão. Sim, e por vezes, quando seus acessos sobre ele pairavam (pois você deve saber que, por vezes, tinha terríveis acessos) toda a cidade de Alma Humana tremia ao som de sua voz.
Em outras palavras, a autoridade da consciência não pode ser completamente ignorada, nem mesmo no não regenerado.
A base para o funcionamento da consciência é a lei de Deus revelada nas Escrituras. A consciência não é, em si mesma, quem outorga a lei, mas sim quem a discerne e cobra obediência à lei de Deus. Uma consciência transviada opera por padrões que não os da Palavra de Deus, e em lugar de ser obedecida, deveria ser mais bem instruída. De outro lado, uma consciência cristã saudável, Está constantemente em funcionamento, ouvindo a voz de Deus em Sua Palavra, procurando discernir a vontade dEle em tudo, ativa na auto-vigilância e no julgar de si mesma. O cristão saudável conhece sua fragilidade e sempre suspeita e desconfia de si mesmo para que o pecado e Satanás não estejam servindo inesperadamente de tropeço a ele; portanto, ele com freqüência se atormenta diante de Deus, examinando seus feitos e motivos e cruelmente se condena quando se encontra em deficiência e desonestidade moral.
O crente puritano procurava sensibilizar sua consciência para com o pecado. Progressivamente, o grau de sua autocondenação tornou-se a medida de sua semelhança a Cristo.
Para os puritanos, a piedade consistia primordialmente na obtenção e manutenção de consciência limpa perante Deus, por meio de uma cuidadosa e informada obediência à verdade bíblica. Essa ênfase levou ao surgimento da casuística puritana ou casos de consciência, nos quais toda circunstância ou eventualidade concebível da vida diária era considerada para que se pudesse delinear a reação adequada, que honrasse a Deus. Havia dois axiomas reinantes da casuística puritana:
1) que nenhuma verdade conhecida deveria ser comprometida ou negada na prática e
2) que nenhum pecado que pudesse ser evitado deveria ser cometido, não importando a que bem, nem a que grau, tal comprometimento e pecado pudessem conduzir". A convicção jamais foi sacrificada à guisa da conveniência, o princípio jamais sucumbiu ao pragmatismo. Por conseguinte, homens e mulheres puritanos eram conhecidos por serem tremendamente precisos. Eles procuravam viver de maneira precisa, como uma obra de arte viva para o Próprio Pintor-Mestre. Mas assim como obras de arte sofrem deformações e imperfeições as mais diversas, assim os puritanos levavam o pecado a sério, já que ele desfigurava o que Deus havia criado.
Ken Sarles
http://www.josemarbessa.com/2010/05/os-puritanos-e-psicologia.html

A DEVOÇÃO PURITANA A DEUS


O compromisso puritano com a Palavra de Deus originou-se da devoção à pessoa de Deus como seu autor. No século passado, foi A. W. Tozer quem melhor expressou a necessidade de uma alta conceituação de Deus:
A questão mais séria para a Igreja é sempre o próprio Deus, e o fato mais portentoso acerca de qualquer homem não é o que ele, em um momento determinado, é capaz de dizer ou fazer, mas o que ele, em seu íntimo, concebe que Deus seja. Temos a tendência, por uma lei secreta da alma, de seguirmos nossa imagem mental de Deus. Isto é verdade não apenas no cristão, mas no grupo de cristãos que compõem a Igreja. Sempre, a coisa mais reveladora acerca da Igreja é a idéia que faz de Deus, assim como sua mensagem mais importante é o que ela diz acerca dEle ou deixa de dizer, pois seu silêncio é, via de regra, mais eloqüente do que seu discurso. Ela não consegue fugir da auto-revelação de seu testemunho relativo a Deus.
De acordo com Tozer, um conceito correto a respeito de Deus é tão básico para o viver diário quanto o é para a teologia, "corresponde a adorar o que a fundação é para o Templo: onde quer que ela seja inadequada ou esteja fora de esquadro, toda estrutura, mais cedo ou mais tarde, ruirá". Em termos práticos, todos os erros doutrinários e morais podem ser, em última análise, uma baixa concepção de Deus. Falando a respeito de seus próprios dias, Tozer declarou: "Penso que o conceito cristão de Deus em vigência nesta metade do século 20 é tão decadente que está completamente abaixo da dignidade do Deus Altíssimo, constituindo-se, na realidade, para os crentes professos, algo que beira à calamidade moral". Hoje, nestes primórdios do século 21, o comentário de Tozer é mais preciso do que nunca.
Em contraste, os puritanos eram conhecidos por serem pessoas intoxicadas com Deus. Até mesmo a própria teologia foi definida por um teólogo puritano como a doutrina do Deus vivo. Ele elaborou com requinte o que queria dizer:Toda arte possui suas regras para as quais correspondem a obra da pessoa que a pratica. Já que o viver é a obra mais nobre de todas, não pode haver estudo mais adequado do que a arte do viver.
Já que o tipo de vida mais elevado para um ser humano é o que mais se aproxima do Deus vivo e provedor de vida, a natureza da vida teológica é viver para Deus.
O ser humano vive para Deus quando vive de acordo com a vontade de Deus, para a glória de Deus, e com o operar de Deus nele.(Ames, Morrow of Theology).
Isto expressa uma cosmovisão teocêntrica - relacionando tudo na vida de alguém, incluindo todos os problemas pessoais, à natureza, ao caráter e ao propósito de Deus. Da mesma forma, a psicologia, como conhecimento do homem, estava arraigada à teologia, que se constituía no conhecimento de Deus. Para os puritanos, a teologia não era uma ciência esotérica e enigmática a ser estudada por uma elite acadêmica; ao contrário, foi um assunto eminentemente relevante para todos os crentes.

Agora, já que esta vida tão desejada é verdadeira e propriamente nossa prática mais importante, fica evidente que a teologia não é uma disciplina especulativa, mas prática - não somente no respeito comum que todas as disciplinas possuem... a boa prática como seu fim, mas de uma maneira especial e peculiar, quando comparada a todas as demais... A teologia, portanto, é para nós a última e mais nobre de todas as artes exatas que se pode ensinar. Ela é um guia, um plano-mestre para nosso propósito mais alto, enviada deforma especial por Deus, que trata das coisas divinas, voltada para Deus, e que conduz o homem a Deus (Ames).
Esse foco dos puritanos centrado em Deus brotava de uma devoção profunda e adequada ao Criador. Thomas Watson, teólogo inglês do século 17, é quem melhor capta a ênfase puritana acerca do amor por Deus em sua explicação da natureza, grau e fruto do amor. Por natureza, o amor a Deus deve ser completo, sincero, fervoroso, ativo, exclusivo e permanente. De acordo com Watson: "O verdadeiro amor ferve, mas não derrama. O amor a Deus, assim como é sincero e sem hipocrisia, é constante e sem apostasia". O grau de amor a Deus deve ser imensurável, já que ele é a quintessência de tudo o que é bom. Já que Deus é central à nossa percepção, Ele deve ser detentor daquilo que é central em nossas disposições e inclinações.
O que Watson concluiu a partir disso é o que diferencia a visão de Deus do puritanismo inglês da atitude evangélica contemporânea em relação a Ele: "Você talvez ame demais a criatura. Você pode amar demais o vinho e a prata; mas não há como você amar Deus em excesso. Se isso fosse possível, esse excesso seria uma virtude; mas é por causa do nosso pecado que somos incapazes de amar Deus o suficiente". Já que Deus é infinito, Ele sempre transcende nosso amor por Ele e excede nosso conhecimento dEle. Portanto, jamais devemos cessar de buscar maior compreensão de Seus propósitos e maior devoção à Sua pessoa. Um anseio consumidor por Cristo deixa pouco espaço para distrações como a busca da auto-satisfação. Por conseguinte, os puritanos que tanto amavam a Deus não viviam ocupados com suas próprias necessidades quanto nós que vivemos na "Geração do Eu". Eles captavam a verdade de que um conhecimento preciso do eu vem somente por meio de um conhecimento prévio de Deus. Desse modo, seu ponto teocêntrico favorável conferiu-lhes uma perspectiva diferente acerca da natureza do homem, particularmente no que diz respeito ao funcionamento das faculdades humanas.
http://www.josemarbessa.com/2010/05/devocao-puritana-deus.html

quinta-feira, 13 de maio de 2010

PENTECOSTALISMO: UM NINHO DE HERESIAS PARA O SÉCULO XXI.


Eu tenho certeza que dói muito no coração de um cristão reformado, quando ele descobre que seu pastor, amigo ou até mesmo seus familiares que o acompanham para a igreja está de alguma forma se familiarizando com o movimento pentecostal.
Com toda certeza, eu poderia fazer uma enorme lista de heresias que esse movimento trouxe para a igreja desde o seu surgimento, mas me delimitarei a apenas a erros doutrinários que têm, não sei como, fascinado a cabeça de muitos pastores tradicionais, conservadores, reformados, e puritanos, e também, para não esquecer, fundamentalistas. Mas, agora, uma pergunta que não quer calar: O que essa heresia pentecostal tem de bom para atrair esses homens, que um dia estava vivendo de acordo com a doutrina reformada e puritana? A resposta é nada! Somente uma pessoa que nunca conheceu na sua plenitude as doutrinas da Graça se submeteria a tamanha heresia que é simpatizar- se com a doutrina pentecostal. Essas pessoas se envolveram através de influências do movimento de crescimento de igreja rápido e instantâneo, fruto de um coração levado por esses falsos ventos de doutrina pentecostal.
O movimento pentecostal trouxe tanto prejuízo à igreja brasileira, que penso eu, se Jesus Cristo não voltar nos próximos dez anos, a situação doutrinária estará cada vez pior do que vemos hoje, pois o pentecostalismo quer de todas as formas trazer para nós hoje, aquilo que pertenceu aos Apóstolos numa determinada época, como por exemplo, os dons carismáticos, principalmente o de operação de milagres extraordinários, que a cada dia está enchendo os seus bolsos de dinheiro dos incautos. Esses dons eram as credencias dos apóstolos dados por Cristo a eles para levar o evangelho aos judeus, que desde sua origem, eram um povo fascinado por sinais, mas esses dons não eram permanentes, pois com o passar do tempo, foram sendo sumidos da narrativa bíblica. (2Co.12.12;Hb.2.3-4)
Infelizmente, hoje muitos homens chamados “pastores” se enveredaram por esse caminho de heresia do movimento pentecostal que a cada dia entra sorrateiramente nas principais igrejas reformadas no Brasil e no mundo, sejam através da música, jargões, etc... Aqui fica o meu alerta aos amigos pastores: Não permitam que qualquer vestígio de doutrina pentecostal apareça em sua igreja, seja ela da mais simples que for, pois um dia ela pode crescer como um câncer maligno que você não terá mais o controle da situação. Quanto a esses vestígios vocês poderão pesquisar no livreto de Laurence A. Justice¹, que ele entra em mais detalhes sobre isso.
Recentemente, visitei uma igreja de um “pastor” conhecido meu e fiquei muito triste com a falta de zelo pela pregação expositiva, que há alguns anos estive por lá e vi, mas agora esse pastor foi para um congresso apóstata de igreja multiplicadora que aconteceu recentemente em Recife-PE e ele mudou completamente sua pregação, como também toda a sua liturgia, com muitas danças e piadas e até paródias no culto. A igreja parece mais um circo. Mais uma vez digo, cuidado! Tudo começou com irmãos orando e determinando algumas coisas e o pastor passou a mão na cabeça com medo de perder o dízimo do irmão e agora está prestes a perder a moral e a igreja em uma divisão. Outros como: Deus me falou! Deus me disse! Estamos firmados na rocha! Etc...
O crescente movimento pentecostal em igrejas reformadas e culpa nos pastores que estão negligenciando a pregação expositiva da palavra levando ao lado do emocionalismo, aderindo assim aos incrédulos caçadores de igrejas solucionadoras de seus problemas. Sobre esse assunto Augustus Nicodemos² disse:
Cada vez mais pessoas procuram igrejas para se sentirem bem, para buscarem solução imediata de seus problemas, sem sequer refletir nas questões mais profundas acerca da existência e da eternidade, migrando de uma comunidade para outra sem qualquer compromisso ou engajamento com a vida cristã.
A igreja verdadeira do Senhor está sendo desmoralizada por causa desses charlatães preguiçosos que não têm competência para arranjar um emprego no competitivo mercado de trabalho atual, e acaba abrindo uma “igreja” como negócio, e iludindo os menos informados, vai criando verdadeiros impérios, e escandalizando a igreja do Senhor com práticas anti-bíblicas de culto e adoração. Na UERN³ escutei um aluno dizer que freqüentava igrejas evangélicas para ouvir a Palavra, mas diante desses escândalos atuais que a fé evangélica está passando, ele as generalizou e hoje anda escarnecendo de todas. Geralmente, a queixa é sempre a mesma: As manifestações dos dons do Espírito e os falsos milagres. Mas para eles eu coloco algumas reflexões a respeito dos dons, principalmente o batismo com o Espírito Santo, que é o mais atacado e herético de todos no meio desse movimento Pentecostal.
Tanto o Antigo como o Novo testamento falavam de um momento em que o Espírito Santo seria derramado.
Em Is 32.15 é feito a promessa deste derramamento, bem como sobre quem ele cairá.
Is 44.3 acrescenta mostrando Deus como o agente deste batismo (ver tb Ez 36.27; 39.29). Já em Joel 2.28,29, descreve o efeito universal e a capacitação carismática. Enquanto, no N.T. o agente deste batismo é Jesus (Mc 1.8; e Mt 3.11; Lc 3.16; Jo 1.33) e os que nele cressem é os que receberiam o Espírito Santo. Porém, só seria dado depois que Jesus fosse glorificado (Jo 7.39). Por isso, a descida do Espírito apenas ocorreria após a ida do Mestre ao Pai (Jo 16.7)
Portanto, o cumprimento deste batismo em Atos dos Apóstolos não dependia de qualquer ação ativa dos discípulos.
Mas sim, do ato divino e de Jesus em enviar o consolador após sua glorificação junto ao Pai (Jo 14.25; 15.26; 17.7). E, isso explica o fato de Jesus ordena aos discípulos a ficarem numa atitude passiva quanto a espera do cumprimento da promessa do Pai (Lc 24.49; At 1.4).
Aqui cai bem a explicação de Roberto Alves de Souza referente a essa atitude dos discípulos:
No enunciado da promessa, a condição para o cumprimento não era outra senão permanece na cidade de Jerusalém e esperar a promessa. Os dois verbos são significativos quando considerados no original grego. O primeiro é o mesmo verbo que significa sentar-se, em nossa língua. Os discípulos deveriam “ficar sentados” em Jerusalém, até que a promessa fosse cumprida (Lc 24.49). O segundo verbo significa literalmente “ficar ao redor” da promessa (At 1.4). Obviamente, o significado básico destes verbos não deve ser interpretado de modo literal. Jesus não disse que os discípulos deveriam sentar em círculo até que a promessa se cumprisse. Entretanto, a força desses dois verbos sugere que eles deveriam adotar uma atitude obediente e passiva, aguardando o momento quando Deus agiria (4).
Outra observação de Roberto A. de Souza é: “No enunciado da promessa, nenhum dos discípulos é orientado a orar pedindo que o Espírito Santo venha sobre eles.
Se há alguém que vai suplicar, esse é Jesus: ‘... eu rogarei ao Pai... ’ (Jo 14.16)” (5).
Todavia, alguém poderia dizer: “tudo bem, concordo que os discípulos ficaram em Jerusalém aguardando a promessa, pois o texto diz: “eles voltaram para Jerusalém” (At 1.12 NVI). Contudo, dizer que eles não oram pedindo o Espírito Santo, isso não poder ser. Porque segundo o registro de Lucas “Todos eles se reuniram sempre em oração” (At 1.14a NVI). Isso é verdade, porém, nada no texto indica que eles se reuniam para orarem pedindo o batismo com o Espírito Santo. Além disso, a atitude deles em relação a promessa deveria ser de espera, e não de clamor pelo cumprimento.
Depois de algum tempo de espera. No dia de Pentecoste aconteceu algo fora do comum: ”de repente veio do céu um som, como de um vento muito forte e encheu toda a casa” (At 2.2a – NVI).
O que significa todos esses eventos sobrenaturais?
Lawrence O. Richards explica:
... a combinação de sinais aqui espelha, e também transmuta, sinais associados com a entrega da lei no Sinai. A mensagem essencial destes sinais é clara: uma nova era chegou! O antigo concerto da lei é substituído pelo novo concerto da graça, que é derramada sobre todos em Jesus Cristo. (6)
Assim, os sinais associados a descida do Espírito Santo sobre a igreja, no dia de Pentecoste, não tem como finalidade de normatizar evidências externas que comprove o recebimento do Espírito na vida de cada crente em todas as eras. Mas, revelar um marco histórico sobre o início de uma nova era: A era da Nova Aliança.

NOTAS
¹UMA IGREJA BATISTA DEVE ABRAÇAR O PENTECOSTALISMO? LAURENCE A. JUSTICE. IMPRENSA PALAVRA PRUDENTE. PÁG.8-10
²O QUE ESTÃO FAZENDO COM A IGREJA. AUGUSTUS NICODEMOS. ED. MUNDO CRISTÃO. PÁG. 20
³UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE.
4 ROBERTO ALVES DE SOUZA. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO DEUS PRESENTE SEMPRE, P. 16.
5– IDEM, P. 16
6 LAWRENCE O. RICHARDS. COMENTÁRIO HISTÓRICO-CULTURAL DO NOVO TESTAMENTO, P. 254.





BIBLIOGRAFIA
FÉ CRISTÃ E MISTICISMO. Matos, Lopes, Solano Portela, Campos. Ed. Cultura Cristã.
EVANGÉLICOS EM CRISE. Paulo Romeiro. Ed. Mundo Cristão.
MILAGRES E CHARLATÃES. Josué A. de Oliveira. CASA EDITORA PRESBITERIANA.
O QUE ESTÃO FAZENDO COM A IGREJA. Augustus Nicodemos. Ed. Mundo Cristão.
UMA IGREJA BATISTA DEVE ABRAÇAR O PENTECOSTALISMO? Laurence A. Justice. Imprensa Palavra Prudente.
SOUZA, ROBERTO ALVES DE. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO. DEUS PRESENTE SEMPRE. RIO DE JANEIRO: JUERP, 2002
RICHARDES, LAWRENCE O. COMENTÁRIO HISTÓRICO-CULTURAL DO NOVO TESTAMENTO. RIO DE JANEIRO: CPAD. 3ª EDIÇÃO/2008.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Virando de cabeça para baixo a teoria de crescimento da igreja


As escrituras dizem que os primeiros cristãos viraram o mundo de cabeça para baixo (At.17.6). Em nossa geração, o mundo esta virando a igreja de cabeça para baixo. Biblicamente falando, Deus é soberano, não o incrédulo que não freqüenta a igreja. A bíblia, e não o plano de marketing deve ser o único guia e autoridade final para todo o ministério eclesiástico. Em vez de acalentar o egoísmo das pessoas, o ministério da igreja deveria atender as verdadeiras necessidades delas. O Senhor da igreja é Cristo e não um “Zé da poltrona” com um controle remoto nas mãos.
Não consigo ouvir a expressão “igreja amigável” sem que isso me traga a mente a passagem de Atos 5 e a história de Ananias e Safira. O que se passou naquela ocasião desafia abertamente quase toda a teoria contemporânea de crescimento da igreja. A igreja de Jerusalém não era nem um pouco “amigável”. Aliás, era exatamente o oposto. Lucas nos informa que esse episódio inspirou “grande temor a toda a igreja e a todos os que ouviram a notícia destes acontecimentos” (At.5.11). O culto daquele dia foi tão perturbador, que nenhum dos que não freqüentavam a igreja ousou juntar-se a eles. O só pensar em freqüentar aquela igreja aterrorizava o coração daquelas pessoas, apesar de os terem em um alto conceito (At.5.13). A igreja, sem dúvida alguma, não era um lugar para pecadores sentirem-se a vontade, era um lugar que causava medo!
Consideremos essa passagem atentamente e procuremos entendê-la em seu contexto apropriado. Para isto, é necessário voltarmos a Atos 4. Lembre-se de que a igreja era recém-nascida e existia em toda a sua imaculada beleza, frescor e vitalidade. Ainda estava livre de máculas produzidas por qualquer pecado grosseiro ou por fracasso humano. O povo estudava intensamente a doutrina dos apóstolos. Aqueles primeiros dias da história da igreja eram dias promissores e felizes, repletos de amor e de comunhão verdadeira. A alegria era intensa, e o amor, profundo, envolvendo a todos; conseqüentemente, o testemunho deles ecoava alto e claro. Os resultados mostravam que um número de quinze a vinte mil pessoas vieram a fé em Cristo, em apenas algumas semanas. Satanás, através da perseguição, já havia tentado frustrar o propósito da igreja. Contudo, não surtiu efeito; os crentes apenas oraram, suplicando mais ousadia. Deus respondeu-lhes a oração, e mais pessoas foram salvas. Naqueles dias, Deus era bastante real, Cristo estava bem vivo e o Espírito Santo revelou-se em grande poder. Mas Satanás estava tramando um ataque mais perigoso. Se ele não conseguia destruir a igreja por meio de qualquer ataque externo de perseguição, tentaria a abordagem mais sutil de um ataque interno. E foi exatamente isso que aconteceu.
EXTRAÍDO DO LIVRO COM VERGONHA DO EVANGELHO. John Macarthur, Ed. Fiel. Pag.52-54

Um Retrato do “Puritano Típico”


O puritano típico era casado e tinha uma família. A família era “bem organizada” e hierárquica em autoridade. O marido/pai era o cabeça responsável pela família, especialmente em exercícios religiosos, embora a mulher/mãe tivesse suas esferas de autoridade. A educação das crianças e o culto familiar (especialmente leitura bíblica e oração) recebiam alta prioridade nesta família puritana.
Muito da vida religiosa da família girava em torno da igreja local. Sob os auspícios da igreja a doutrina era inculcada, acontecia o culto coletivo e as crianças eram catequizadas. A igreja não era tanto um prédio como um grupo de crentes unidos sob a penetrante influência do pastor. Uma reunião em casa no meio da semana teria sido uma parte comum da vida da igreja quando as autoridades políticas autorizavam mais encontros.
A rotina semanal para o puritano típico era ocupadíssima. A vida era assunto sério e não havia tempo para ociosidade. O puritano em média acreditava que trabalho árduo era uma virtude e que Deus havia chamado todo indivíduo para realizar negócios seculares de maneira cristã e moral. Ele ou ela não sentiam culpa pelo trabalho diário nem pelo dinheiro que ele podia produzir. O ponto alto da semana era o domingo. Esportes neste dia eram absolutamente proibidos. A família assistia aos trabalhos na igreja duas vezes cada domingo e se reunia após o jantar e/ou á noite para repassar os pontos principais dos sermões.
Se tivéssemos trabalhado ao lado deste puritano típico ou sido seu vizinho, ele ou ela nos haveriam marcado por serem religiosos, mas não esquisitos. Ele ou ela não se haveriam distinguido pela aparência externa. Como observou Samuel Willard: “Os filhos de Deus...exteriormente...parecem com outros homens, eles comem, bebem, trabalham, conversam em termos terrenos, como outros fazem; a comunhão que eles têm com Deus em tudo isso é uma coisa secreta”. O puritano típico vestia-se como outros membros da mesma classe social. A conversação muitas vezes era voltada para tópicos da fé e experiências cristãs.
No todo, o puritano típico nos teria impressionado por trabalhar arduamente, ser econômico, sério, moderado, prático em sua perspectiva, doutrinário em assuntos religiosos e políticos, bem informado dos últimos acontecimentos políticos e eclesiásticos, argumentativo, bem educado, e inteiramente familiarizado com o conteúdo da bíblia. Para alcançar isto, os puritanos tinham de ser alto-disciplinados. Para qualquer um propenso a negligência nestes assuntos, estar perto de um puritano decerto o faria sentir-se desconfortável, e nisto repousa uma explicação parcial sobre por que os puritanos têm sido tão fortemente atacados por pessoas que não compartilham de sua visão e estilo de vida.

EXTRAÍDO DO LIVRO SANTOS NO MUNDO. Os Puritanos como realmente eram. Leland Ryken. Editora Fiel. Pág.34-35