quinta-feira, 14 de julho de 2011

Os Cinco Pontos do Calvinismo - parte 01


Durante o século XVII se firmou a doutrina reformada, calvinista. Dois documentos surgiram como mais fiel expressão do Calvinismo: A Assembleia de WESTMINSTER (1643-1649), e o Sínodo de DORT (1618-1619). Veja que este Sínodo de DORT (Dordrecht) se reuniu antes da assembléia de Westminster. Com que propósito? Gostaria de falar sobre os resultados deste Sínodo e porque foi realizado.

Bem, até mais ou menos 1610, as igrejas da Holanda e outras igrejas da Europa aceitaram o que subscrevia a Confissão de Fé Belga e de Heidelgerg, ambas baseadas nos ensinos da Reforma Protestante.

No ano de 1609 morreu um homem chamado Jacobus Arminius, nascido em Oudewater, Holanda. Era pastor e distinto professor da Univerdade de Leiden, em Amsterdan. Sua formação teológica era profundamente Calvinista, visto que estudou em Genebra sob a orientação de Teodoro Beza, que foi o sucessor de Calvino naquela cidade. Quando voltou de Genebra para Amsterdã, assumiu o púlpito de uma igreja reformada e logo sua fama se espalhou, pois era um estudioso da Bíblia e da Teologia. Sendo assim, foi convidado pelos dirigentes da Igreja de Amsterdã para refutar as opiniões inovadoras de um teólogo chamado Dirck Koornhert, que atacava algumas das doutrinas calvinistas especialmente a questão da predestinação.

Armínio começou a estudar as posições teológicas de Koonhert e chegou a conclusão de que ele estava certo. Dessa forma o “tiro saiu pela culatra”. Como Armínio era professor de renome, suas opiniões foram publicadas e difundidas. O ponto principal do pensamento Arminiano, contrário ao Calvinismo, era com relação à ELEIÇÃO. Segundo ele, Deus predestinou os eleitos porque sabia de antemão que eles teriam fé em Jesus Cristo e não que os elegera para que pudessem ter fé. No restante da doutrina, era Calvinista (Batismo, Santa Ceia).

Ele Morreu em 1609, mas os conflitos por causa das suas posições teológicas continuaram. No ano seguinte à sua morte, 1610, os arminianos redigiram um documento - REMONSTRANTIA (demonstração) - que incluia cinco artigos que tratavam das principais questões em disputa. Resumidamente são estes cinco pontos:

1) - Capacidade humana - Livre arbítrio. Ensinava que o homem, mesmo caído, era capaz de exercer fé em Deus e receber o Evangelho, tomando assim, posse da salvação para si mesmo. Não eram, portanto, totalmente caídos e incapazes de escolher o bem espiritual.

2) - Eleição Condicional - Deus sabia quem haveria de crer e por isso os elegeu. Ou seja, uma eleição condicionada a fé que o homem teria como fruto do seu arbítrio. Condicionada a sua capacidade de ter fé.

3) - Expiação Geral ou Universal - Cristo morreu para salvar todos os homens, ou seja, potencialmente morreu por todos, mas sob a condição de crerem. Assim, só alguns seriam salvos. Então esta expiação é só para os que crêem. Para os que têm capacidade de crer.

4) - A obra do Espírito Santo na regeneração é limitada pela vontade humana. Assim, quando os Espírito Santo fala ao coração humano para trazê-lo a Cristo, este homem pode resistir e frustrar os propósitos do Espírito Santo.

5) - Cair da graça - Perder a Salvação. Veja que esta é uma dedução lógica de todo o sistema apresentado. Se o homem é que toma a iniciativa de aceitar ou rejeitar a salvação, então tem que assumir a responsabilidade de ficar fiel e perseverar até o fim. Depende dele. Portanto, por falta, descuido e falta de fé e perseverança, pode perder a salvação. O regenerado poderia serdesregenerado.

Ora, por causa desses ensinos estranhos e inovadores foi que os Estados Gerais dos Países Baixos (Holanda) convocaram uma grande Assembléia Eclesiástica - O Sínodo de Dort (1618-1619). Era composto de trinta e cinco pastores e um grupo de presbíteros das igrejas holandesas, cinco catedráticos de teologia dos Países Baixos, dezoito deputados dos Estados Gerais e vinte e sete delegados estrangeiros. Foram 154 sessões. As primeiras trataram de problemas administrativos. Decretaram que se produziria uma nova Bíblia em Holandês. Mas o propósito principal era combater o arminianismo com seus cinco pontos estranhos à Palavra de Deus. O resultado foram os chamados cinco pontos do Calvinismo que reafirmaram a posição sustentada pela Reforma e formulada pelo teólogo francês João Calvino. O teólogo puritano Richard Baxter assim se expressou a respeito da Assembléia de Westminster e deste Sínodo de Dort: “Segundo informações de toda história a esse respeito e de outras fontes de evidência, o mundo cristão nunca teve, desde os dias apóstólicos um Sínodo de teólogos mais excelentes do que este e o Sínodo de Dort”.

Às vezes esses pontos são colocados em forma de Acróstico baseado na palavra TULIP, ou seja: T= total depravação; U= Uma eleição incondicional; L= limitada expiação; I= Irresistível graça; P= perseverança dos santos.

São pontos dependentes um do outro. São opostos aos pontos arminianos. A queda do homem no Edem foi total e não pode por isso salvar-se a si mesmo. Se não pode salvar-se, então Deus é que tem de salvá-lo. Se é Deus que Salva, Ele tem de ser livre para salvar a quem quer. Se foi Ele que determinou quem seria salvo, Cristo então morreu na cruz fazendo expiação só por estes (os eleitos). Se Cristo morreu por eles, então o Espírito Santo os chamará irresistivelmente para a salvação. Ora, se a salvação é um ato de Deus desde o princípio, então o fim será de Deus, e os crentes perseverarão até o fim.

Vamos [nas próximas publicações] ver de forma resumida estes cinco pontos do Calvinismo que segundo o Pr. Josafá Vasconcelos, pode levar-nos a um grande despertamento espiritual.

Pr. Josafá Vasconcelos
http://ospuritanos.blogspot.com/ Acesso em 08/05/2011

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