segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O Compromisso dos Puritanos com as Escrituras - K. Sarles


Os fazendeiros puritanos eram famosos por arar sulcos retos na terra, algo que eles conseguiam alinhando duas árvores em seu campo de visão. De forma similar, podemos nos nivelar à prática puritana do aconselhamento para nos ajudar a adotar métodos de aconselhamento contemporâneos que sejam biblicamente precisos. Os pastores puritanos, conhecidos como médicos da alma, representam na história da Igreja "a primeira escola protestante de aconselhamento bíblico". Assim sendo, um primeiro passo importante na recuperação de uma abordagem bíblica de aconselhamento é compreender a essência dos princípios e da doutrina puritana.
QUEM FORAM OS PURITANOS?

Na crença popular, o termo puritano traz consigo a imagem de um estraga-prazeres austero, pedante, farisaico, um caçador de bruxas. Mas nada poderia estar mais distante da realidade histórica. Embora utilizado originalmente como rótulo degradante, o termo puritano simplesmente (-) denotava aquele que queria purificar a adoração da Igreja e ávida dos santos. O puritanismo inglês surgiu por volta de 1560. Apareceu pela primeira vez como movimento de reforma litúrgica, mas rapidamente se expandiu, tornando-se uma forma distinta de se ver a vida cristã. O fenômeno puritano poderia ser definido como um movimento na Igreja da Inglaterra, da metade do século 16 até o começo do século 18 que buscou reformulação na vida da Igreja e purificação na vida dos crentes, individualmente. Era calvinista quanto à teologia e pietista em sua maneira de enxergar as coisas.

Sabemos ter havido vários movimentos de reforma na história da Igreja, mas o que destaca o movimento dos puritanos dentre os demais é seu compromisso radical de viver para a glória de Deus. Nesse sentido, ninguém conseguiu resumir o caráter puritano de forma mais eloqüente que J. I. Packer:

Os puritanos foram almas grandiosas servindo a um grande Deus. Neles, fundiam-se a paixão bem definida e a compaixão de um coração afetuoso. Visionários e práticos, idealistas e realistas também, norteados por metas e metódicos, eles foram crentes magníficos, gente de muita esperança, valorosos obreíros, e grandes sofredores. Mas seus sofrimentos, nos dois lados do oceano (na antiga Inglaterra, nas mãos das autoridades e na Nova Inglaterra, à mercê dos elementos), amadureceram-nos e tornaram-nos experientes, a ponto de adquirirem uma estatura nada aquém de heróica... as batalhas dos puritanos contra o deserto espiritual e climático no qual Deus os colocara produziram virilidade de caráter, inabalável e destemida, vivendo acima do desalento e dos temores.
Os puritanos ocupam um lugar de grande honra entre o povo de Deus, conclui Packer, porque eles permaneceram doces, pacíficos, pacientes, obedientes, e esperançosos sob pressões e frustrações duradouras e aparentemente intoleráveis".

A estabilidade e a firmeza promotora da honra de Deus que caracterizavam os puritanos é certamente digna de imitação hoje, em nossa sociedade apressada, extremamente móvel, de alta tecnologia, autogratificadora. Essas mesmas características também permearam a forma bíblica de se ver o aconselhamento. Para se compreender o aconselhamento puritano, e dessa forma imitar sua pratica, precisamos destacar certos elementos de seu pensamento, incluindo a visão que tinham das Escrituras, de Deus, do homem, e do pecado.
COMPROMISSO COM AS ESCRITURAS
As Escrituras constituíam a peça central do pensamento e da vida puritana.
O puritanismo foi, acima de tudo, um movimento bíblico. Para o puritano, a Bíblia era, na verdade, o bem mais precioso que há neste mundo. Sua profunda convicção era de que a reverência para com Deus implicava em reverência para com as Escrituras, e servir a Deus significava obedecer às Escrituras. Para ele, portanto, não haveria maior insulto ao Criador que negligenciar Sua Palavra escrita: e, de maneira contrária, não poderia haver ato de homenagem mais genuíno para com Deus que valorizá-la e atentar para o que ela diz, e assim viver e repassar seus ensinamentos. A intensa veneração das Escrituras, como Palavra viva do Deus vivo e uma dedicada solicitude quanto a conhecer e fazer tudo que ela prescreve, constituía marca registrada do puritanismo.

Para os puritanos, a Bíblia era suprema em tudo, inclusive na prática do aconselhamento.

E a base bíblica para o aconselhamento puritano repousava sobre a doutrina da inspiração divina. O método de inspiração, conforme enxergavam os puritanos, foi por meio do divino superintender do Espírito Santo na escolha das palavras, sem violar o conhecimento ou a personalidade do autor humano. O resultado foi uma inspiração do texto entendida como sendo verbal, plenária, infalível, e inerrante.

Embora muitos evangélicos contemporâneos concordem com essa visão de inspiração, os puritanos foram além de um simples concordar verbal com a doutrina. Os teólogos puritanos enfatizaram a perspicácia, a clareza e o proveito das Escrituras. Até a forma literária do texto inspirado tornou as Escrituras particularmente relevante à condição humana.
Quanto à forma de expressão, as Escrituras não explicam a vontade de Deus por meio de regras universais e científicas, mas sim por intermédio de histórias, exemplos, preceitos, exortações, advertências e promessas. Este estilo se adequava melhor no dia-a-dia do homem comum, além de influenciar grandemente a vontade, mexendo com as motivações piedosas que se constituem no alvo principal da teologia}
Por seu próprio propósito, as Escrituras visam comunicar a verdade de tal modo que o leitor seja direcionado rumo a Deus. A Bíblia não é, tão- somente, apenas clara naquilo que afirma; ela também autentica a si mesma. Nesse sentido, William Ames afirmou: "As Escrituras não precisam de nenhuma explicação proveniente de luz exterior, especialmente quanto às coisas necessárias. Elas se auto-iluminam, e cabe ao homem ser diligente nessa descoberta".9 Essa importante declaração revela a recusa do puritano em introduzir teorias psicológicas estranhas em sua interpretação do texto. A Bíblia era vista como fonte de toda direção, instrução, consolo, exortação e encorajamento divinos.10 O resultado disso foi um método de aconselhamento centrado nas Escrituras, em lugar de uma teoria carregada.

Um resultado direto da inspiração da Bíblia é sua autoridade implícita. Carregando a marca daquilo que é divino, a autoridade da Bíblia era considerada como final e absoluta. O que quer que a Bíblia dissesse, Deus disse. Conforme Thomas Watson observou: “Em cada linha que você lê, imagine Deus falando com você". Isto significa que a Bíblia permanecia como prumo de juízo na consciência do indivíduo, quanto a todos os seus mandamentos e promessas. Em tudo o que diz, era como se o próprio Deus estivesse exortando, encorajando, dirigindo, consolando, instando, trazendo convicção [de pecado], e instruindo.

Já que a Palavra de Deus consiste das próprias palavras de Deus, sua autoridade é exaustiva, estendendo-se por toda área da fé e da prática, incluindo tudo o que é necessário para a vida e a piedade. Conforme declarou Richard Sibbes: "Não há qualquer coisa ou qualquer condição que aconteça ao cristão nesta vida sem que exista uma regra geral na Bíblia para tal, e essa regra é estimulada por meio do exemplo. Em outras palavras, os puritanos possuíam uma perspectiva teológica holística arraigada nas Escrituras, levando William Ames a concluir: "Não há qualquer preceito de verdade universal pertinente ao bem viver quanto à economia doméstica, a moralidade, a vida política, ou a criação de leis que não pertença, por direito, a teologia". Para os puritanos ) ingleses, toda necessidade psicológica concebível poderia ser satisfeita e todo problema psicológico imaginável poderia ser resolvido por uma aplicação direta de verdade bíblica.

A aplicação 'das Escrituras era feita de forma mais consistente por meio da pregação expositiva. Conforme explicou Ames: "o dever do pregador comum é destacar a vontade de Deus a partir da Palavra, para a edificação dos ouvintes". O sermão servia como meio de aconselhar, de forma coletiva, edificando o corpo dos cristãos ali reunidos. Pela perspectiva puritana, se os santos não eram edificados, então a Palavra não foi pregada. Falando aos pregadores, contemporâneos seus, Ames advertiu: "Pecam, portanto, os que aderem à descoberta e à explicação nua da verdade, mas que negligenciam o uso e a prática em que consistem a religião e a bem-aventurança. Esses pregadores pouco ou quase nada edificam a consciência". A pregação puritana, portanto, constituía-se em uma forma de aconselhamento preventivo, à medida que as verdades das Escrituras eram aplicadas à consciência. Para atingir esse propósito, cada sermão foi dividido em duas partes principais: doutrina e prática. O resultado era que a pregação se tornava tanto profundamente teológica quanto intensamente prática.

A passagem das Escrituras a ser pregada era analisada à luz da gramática, da lógica, e contextualmente, e aí relacionada a outros textos de forma a assegurar sua importância doutrinária. Então, "cada doutrina, quando suficientemente explicada, deveria ser aplicada imediatamente". O uso da doutrina estava relacionado tanto ao discernimento quanto ao direcionamento. O discernimento inclui ou a informação dada à mente ou reforma feita ao entendimento (informação é a revelação de alguma verdade enquanto reforma é o refutar de algum erro). O direcionamento consiste em instrução e correção: instrução é o expor da vida que deve ser seguida, enquanto correção é a condenação da vida que deve ser evitada. A forma que o pastor deveria aplicar a verdade bíblica à congregação foi delineada por Ames: "Aplicar uma doutrina quanto a seu uso é afiar e tornar alguma verdade geral especialmente pertinente, com efeito tal, a ponto de penetrar a mente do ouvinte, despertando disposições piedosas". Os puritano leigos estavam completamente aparelhados com motivações adequadas, quanto ao viver para Deus, por meio da instrução prática a partir da Palavra de Deus. O fundamento no qual eles alicerçaram suas vidas foi a Bíblia.

http://josemarbessa.blogspot.com

Um comentário:

  1. CARTA ABERTA AOS SERES HUMANOS

    Precisamos cair na real, não nascemos do excremento. Somos criação de uma mente perversa e sem escrúpulo. Para compreender esta afirmação, basta ver o potencial de maldade que foi depositado dentro de nós. Este criador nos criou com apenas uma intenção, provar ao seu Criador que era capaz. Exatamente pelo mesmo motivo que construímos nossas coisas. Na verdade, buscamos reconhecimento. Mas tem um agravante, este criador perverso, está defendendo uma causa jurídica pessoal, frente a uma corte celestial. Ele alega que foi injustiçado pelo amor daquele que o criou. E está nos usando para contar sua versão dos fatos. Acontece que infelizmente, Ismael representado pelos Árabes e Isaque representado por Israel, são seus principais protagonistas. A mensagem é clara, o filho primogênito, Ismael, representante de Jeová Criador da Matéria, foi desconsiderado diante da comunidade celestial, por um suposto erro no amor de Seu Pai. E o filho Isaque – Jesus, a plenitude do amor do Altíssimo - foi por isso, odiado por seu irmão Jeová, que o matou em seus sentimentos feridos. Como conseqüência, houve uma batalha no céu, os seguidores de Jeová, batalharam contra os seguidores de Jesus. Dessa batalha espiritual, dois terços do céu permaneceu fiel a Jesus, e um terço veio para as trevas exteriores com Jeová. Deu-se assim, o universo físico que conhecemos. Um falso mundo que está rapidamente se extinguindo na imensidão de trevas em expansão. A audiência está marcada é o juízo final. Jeová apresentará os acontecimentos em seu mundo perecível, como prova da sua inocência. Esses acontecimentos formam a história sagrada dos povos que descendem de Abraão. Na última cena desse drama, está a batalha pela primogenitura realizada pelos descendentes de Ismael, contra os descendentes de Isaque. No último momento dessa batalha a humanidade será julgada pelo seu criador. Infelizmente, para os seres dessa natureza, de acordo com Jesus Cristo em João capítulo 16, Jeová, foi vencido em seus argumentos no seu próprio drama. Porque Jesus preferiu morrer a romper com o amor do Pai Celestial, demonstrando que ama seus semelhantes acima de sua vida. Com isso, Jeová Lúcifer, perdeu sua causa e admitiu sua derrota. E como, auto sentença, permanecerá nas trevas exteriores com dois terços dos seres humanos que não conseguiram repetir o feito de Jesus Cristo. Enquanto um terço compreenderá e seguirá novamente para glória com Deus Altíssimo, para a dimensão que não conhecemos, mas que se abrirá em breve para que todos possamos visualizar. Isso acontecerá após a batalha final e o juízo final, quando Jesus nos receberá nas nuvens de forma triunfante (Mateus cap. 24). Por coincidência, esse um terço que está retornando são os mesmos que saíram do céu com Jeová Lúcifer. E os dois terços que nas trevas exteriores ficarão com Jeová, são seus, criados a partir de seu ser, os quais não conhecem o pleno amor de Deus, em Jesus Cristo, nosso salvador e libertador. Eu vou - você não vai?

    Portanto, eis os avisos que Jesus tem nos dado: Quem mora em edifício, exija meio de fuga rápido. Porque até o momento final, não ficará um edifício de pé. Porém será progressivo o problema. Quem mora perto de praia, progressivamente o mar tomará todas as áreas baixas e a seu nível. Haverão tufões, furacões, maremotos e todo tipo de coisas horríveis, que acontecerão progressivamente. Quem mora nas terras elevadas serão visitados por raios, chuva de pedra, vendavais e coisas terríveis dessa natureza. Tudo que Jeová já praticou antes e foi relatado nas Sagradas Escrituras, agora será em escala universal. Quanto as guerras, infelizmente, progressivamente iremos ao dilúvio de fogo. Pedimos que visitem nosso blog e nossas páginas para que possam compreender tudo que aqui está escrito. Clique em Martins111.

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