sábado, 28 de agosto de 2010

Uma parábola calvinista


Suponha que vocês estão em uma prisão condenados eternamente pelos seus atos e transgressões e não há ninguém que queira pagar a fiança.

Então aparece um Homem e diz: Quero pagar a fiança destes homens!
O delegado pergunta: De todos eles?

O Homem diz: Não! Só daqueles três homens ali no canto.
Delegado: Então você não pode pagar por todos?
Homem: Posso pagar por todos, mas só quero estes.
Delegado: E vai condenar os outros a prisão eterna?
Homem: Eles apenas receberão o pagamento pelo seu pecado.
Delegado: Você é injusto!
Homem: Injusto, eu? Só haveria justiça se salvasse a todos? Não os coloquei ai, eles que se colocaram neste estado, disse que se me desobedecessem iriam parar na prisão, mas deram ouvidos a um mentiroso que andava na fazenda e me desobedeceram. Deixando-os ai mostro minha justiça, pois pagarão pelos próprios atos, e com estes três mostro minha misericórdia, pois os livrarei do cárcere.
Delegado: Mas porque só estes três?
Homem: Porque eu os quero, escolhi para mim, construi uma nova fazenda e quero levá-los comigo.
Delegado: Mas estes pecaram como os outros, o que eles fizeram para merecer isto?
Homem: Nada! Decerto que merecem a prisão, mas o que tem você se eu que sou misericordioso quero levá-los.
Delegado: Se fosse misericordioso levaria todos, não?
Homem: Não! Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
Delegado: Mas o preço é alto e até hoje ninguém pôde pagar.
Homem: Eu pago com minha vida.
Delegado: Ok! Vou tirar os três.
Homem: Não! As chaves da prisão são minhas, tiro quem eu quiser. E em verdade te digo que os que eu escolher Jamais voltarão à prisão, pois o valor está quitado.

O Homem então chega à cela, abre e tira três homens que já havia escolhido. Então um dos que ficaram pega em seu braço e diz: Senhor! Senhor! Em tua fazenda trabalhamos e fizemos o que disseste e agora nos deixa na prisão? Então o Homem fala:

“Apartai-vos de mim praticantes de iniqüidade, nunca vos conheci. Estão ai pelos seus atos não pelos meus.”

À todos aqueles que ainda afirmam a Soberania de Deus nestes dias de cristianismo antropocêntrico.
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http://smenga.blogspot.com/2010/08/uma-parabola-calvinista.html

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Livre-Arbítrio: A Salvação Depende da Escolha da Pessoa?

Rev. Ronald Hanko

No tempo da Reforma Protestante, Martinho Lutero escreveu um livro intitulado “The Bondage of the Will” [O Cativeiro da Vontade]. Este livro foi escrito contra um homem chamado Erasmo e seus ensinos de que o homem tinha livre-arbítrio, isto é, a capacidade de escolher se seria ou não salvo. Lutero disse a Erasmo que esta questão sobre o livre-arbítrio era o assunto mais importante da Reforma. Ele disse: “Você [Erasmo] não tem me importunado com assuntos irrelevantes sobre o papado, purgatório, indulgências, e coisas semelhantes, que são mais bagatelas do que assuntos ... você, e somente você, tem visto a dobradiça sobre a qual tudo gira, e têm apontado para o ponto vital.”
A despeito do que Lutero escreveu, o ensino de Erasmo com respeito ao livre-arbítrio se tornou o ensino da maioria do Protestantismo de hoje. O livre-arbítrio é:
(1) Uma negação da predestinação. Predestinação significa que a vontade de Deus (a escolha de Deus) determina todas as coisas, incluindo quem serão salvos (Efésios 1:3-6). O livre-arbítrio ensina que a escolha do homem é o fator decisivo na salvação.
(2) Uma negação da verdade bíblica da fé salvífica como um dom de Deus (Efésios 2:8-10). O livre-arbítrio ensina que fé é uma decisão da própria pessoa de confiar em Cristo.
(3) Uma negação da verdade que Cristo morreu somente por seu povo (Mateus 1:21). O livre-arbítrio ensina que Cristo morreu por todos sem exceção, e que a salvação deles depende agora da aceitação que fazem de Cristo, isto é, de uma escolha do seu próprio “livre-arbítrio”.
A crença no livre-arbítrio também é manifesta no tipo de pregação e evangelismo que é mais popular hoje, o tipo que implora para os pecadores aceitarem a Cristo, que usa a chamada ao altar, os apelos, os momentos de decisão, o levantar de mãos, e outras táticas semelhantes para persuadi-los a agirem assim. Todas estas coisas pressupõem que a salvação de uma pessoa depende da sua própria escolha.
Cremos que a vontade do homem está cativa ao pecado e que ele não somente não pode fazer o bem, mas nem mesmo pode desejar (querer) fazê-lo (Romanos 8:7-8). Particularmente, ele não pode praticar o maior de todos os bens, ou seja, escolher a Deus e a Cristo.
Cremos, portanto, que o homem não pode crer em Cristo, a menos que isso lhe “seja dado do alto” (João 6:44).
Cremos também que não é a vontade do homem, mas sim a vontade soberana e eterna de Deus (predestinação) que é o fator decisivo na salvação (Atos 13:48; Filipenses 2:13).
Então, qual é o objetivo de pregar o evangelho? Ele é “o poder de Deus para salvação” (Romanos 1:16), a maneira na qual Deus dá fé e arrependimento a todos aqueles a quem ele escolheu desde a eternidade, e remiu em Cristo. Que este poder seja para a salvação de muitos!

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto


Leia mais: http://www.eleitosdedeus.org/livre-arbitrio/livre-arbitrio-a-salvacao-depende-da-escolha-da-pessoa-rev-ronald-hanko.html#ixzz0vHWdGzhj

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Por que o homem não é capaz de voltar para Deus?


Por: Clovis Gonçalves

"Suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus. Um espírito de prostituição está no coração deles; não reconhecem o Senhor”. Os 5:4

As duras palavras ditas por Deus através do profeta era dirigida aos religiosos, ao povo em geral e à família real, sem deixar ninguém de fora: “Ouçam isto, sacerdotes! Atenção, israelitas! Escute, ó família real! Esta sentença é contra vocês” (Os 5:1). As terríveis consequências da Queda não desviam de nenhum filho de Adão. “Todos pecaram e separados estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Mas o texto nos mostra que o problema com o pecado não é apenas sua extensão, atingindo a todos os homens, mas também a profundidade em que penetra em cada ser humano, afetando todas as suas faculdades.

As obras impedem de voltar para Deus, Is 59:2

O proceder do homem natural é corrompido de tal forma que ele só faz pecar e pecar. Nem mesmo uma reforma exterior ele pode apresentar de forma consistente, pois “suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus” (Os 5:4a). A prática do pecado se torna um hábito tão natural que o homem quase nunca percebe que sua natureza está dominada pelo pecado. Não raro as pessoas consideram seus pecados como sendo falhas desculpáveis, e as vezes os defendem como uma virtude. Na verdade, estão tão acostumados aos seus pecados quanto se acostumaram à cor da pele. “Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a praticar o mal” Jr 13:23.

Contrariando os profetas citados, os homens acreditam que é tudo uma questão de escolha, que basta ao homem preferir o bem que é capaz de fazê-lo. Chamam a essa capacidade de livre-arbítrio. Porém, a Escritura não oferece nenhum respaldo a essa filosofia humanista, quando diz que “todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3:12). Isto é corroborado pela observação e a experiência de cada um, que não consegue encontrar um só homem na história que tenha superado sua inclinação para o mal e vivido sem pecar. E quando olhamos para nós, temos que confessar que o “porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:19).

O coração é dominado pelo pecado, Mc 7:21-23

Num nível mais profundo, o pecado domina o coração das pessoas, “um espírito de prostituição está no coração deles” (Os 5:4b), diz o mensageiro do Senhor. No Gênesis o diagnóstico divino sobre o coração humano era de que “toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6:5) e que tal condição não exclui nem as crianças, pois “a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8:21). As palavras de Salomão sobre o ímpio de que “há no seu coração perversidade, todo o tempo maquina mal” (Pv 6:14) não se aplica apenas a Hitler e a quem esquarteja namoradas, mas também a pais de famílias honestos, pois “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso” (Jr 17:9).

Não é o homem que determina como seu coração deve ser, mas o coração é que determina como o homem é, “porque, como imaginou no seu coração, assim é ele” (Pv 23:7). Um homem sempre procederá de acordo com a natureza de seu coração. Se este for endurecido e mau, então tal pessoa resistirá ao Espírito e procederá de forma contrária à lei de Deus. Por isso que as pessoas dos dias de Oséias não podiam voltar para Deus, pois seus coração estavam dominados por um espírito de prostituição e dominavam o comportamento deles. E é por isso que o homem moderno não pode converter-se a Deus, pois a natureza de seu coração é má e o incapacita para o bem.

O pecado cega o entendimento, 1Co 2:14

O pecado afeta também a mente do homem, cegando-o para as coisas de Deus. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:14). Ao invés de se voltar para Deus “o povo que não tem entendimento corre para a sua perdição” (Os 4:14), ainda mais que “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1:28). Outro profeta descreve a cegueira do povo como sendo pior que a dos animais, pois “o boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Is 1:3).

Como “tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1:5), não são capazes de compreender a mensagem do evangelho. Precisam, antes, ter “iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos” (Ef 1:18), do contrário sua mente irá das trevas presente para as trevas exteriores, sem conhecer a luz do Senhor.

Conclusão

O livre-arbítrio como capacidade do homem se voltar para Deus é uma mentira de Satanás, que assim perverte o evangelho, levando homens a torná-lo persuasivo a defuntos. Pois os pecadores não experimentam outra realidade senão o pecar, tornando a rebelião a Deus um hábito que não podem mudar. Além disso, seu coração que determina suas ações é fonte de toda sorte de males, sendo enganoso e perverso, portanto desinclinado às coisas de Deus. E sua mente é corrompida de tal forma pelo pecado que o evangelho lhe parece loucura indigna de crédito, só aceitando naturalmente se a mensagem for modificada de tal maneira que não se pareça em nada com o evangelho da glória de Deus. Diante disso, eles até “voltam, mas não para o Altíssimo” (Os 7:16). Igrejas lotam, mas corações continuam vazios de Deus, ocupados somente com a prostituição espiritual “porque um espírito de prostituição os enganou, eles, prostituindo-se, abandonaram o seu Deus” (Os 4:12).

Soli Deo Gloria
Clóvis Gonçalves é blogueiro do Cinco Solas e escreve no 5 Calvinistas às segundas-feiras.
Fonte: [ 5 Calvinistas ]
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“LÍNGUAS” É UMA EVIDÊNCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO?


O entendimento de que “línguas” é um sinal do batismo com Espírito Santo vem da leitura superficial, isolada, fora de contexto, especialmente sem ver por total o contexto e da má compreensão do propósito literário de Lucas ao escrever Atos dos apóstolos. PALMA, um pentecostal, argumenta que mesmo que Atos pertença ao genro histórico, ele “é mais do que a História da igreja primitiva”, é Lucas usando “a História como um meio para apresentar sua teologia” (p.11.2002). STUART E FEE, comentando sobre como interpretar Atos, descreve duas preocupações básicas para entender esse livro: “histórica (o que realmente estava acontecendo na vida igreja?) e teológica/hermenêutica (O que isso significou e o que significa para nós hoje?)”.
Baseando-se nisso, Lucas, historicamente, tinha como um dos propósitos demonstrar o avanço missionário da igreja no poder do Espírito Santo, desde Jerusalém, Judéia, Samaria,e até os confins da terra (At 1.8).
Teologicamente, no Pentecostes (At 2. 1- 11), a preocupação de Lucas foi revelar que a visitação histórica do Espírito Santo foi comprovada por meio de sinais visíveis, além de, chamar a atenção de pessoas de todas as nações presentes ali naquela festa judaica. Em Samaria, ele desejava esclarecer a igreja judaica que Deus também aceitava os samaritanos em seu plano de salvação; isso pode ser visto tanto na questão histórica de ambos os povos não se darem bem, quanto na atitude da igreja de enviar dois de seus proeminentes apóstolos (At 8.14) e também, no fato deles só evangelizarem os samaritanos após terem comprovado que Deus os aceitava, dando a esses, de forma aparentemente visível, o dom do Espírito (At 8.17-18,25); em Cesaréia, a manifestação visível, por meio de línguas, tinha o propósito de desvendar a intenção de Deus em quebrar à barreira entre judeus e gentios, e percebe-se isso, quando os crentes judeus ficam admirados porque sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo, e então, Pedro diz: “Pode alguém (...), recusar água para estes que também receberam como nós o Espírito de Deus?” (At 10.45, 47) ; também, em seguida, a igreja judaica reclama que Pedro entrou em casa de gentios (At 11.1-3) ; porém, após o relato dele sobre o que Deus fez (v.v. , 4-17), “(...) apaziguaram-se e, glorificavam a Deus, dizendo: até ao gentios deu Deus o arrependimento para a vida” (v.18) – (SOUZA,2002, p. 31-54); em Èfeso, a intenção de conceder o dom de línguas e o dom de profecia era convencer aqueles 12 discípulos, que não ouviram falar da descida do Espírito, que esse já havia descido, e “(...) o caminho mais seguro de convencer a estes efésios de que o Pentecostes havia ocorrido era dar-lhes dois dons especiais do Espírito Santo”.
Mas, ainda fica uma pergunta: qual o sentido dessas passagens para nós hoje? Não, seria ensinar a manifestação do Espírito por meio do dom de línguas? Parece que não. Porque o propósito dele era demonstrar a descida histórica do Espírito, descrever o objetivo de Deus em unir judeus, samaritanos e gentios, e esclarecer que havia um grupo em Éfeso necessitado de ser convencido a respeito da descida do Espírito Santo.
A pergunta é: depois de termos o Novo Testamento em nossas mãos, precisamos de outro instrumento para nos convencer da atuação do Espírito em nosso meio? Não estaríamos com isso dizendo, que a Bíblia é insuficiente para crermos que o Espírito está em nós? (ver I Co 3.16; 6.19; 12.13, Rm 8.9, Ef 1.13).
Uma das lições, dessas passagens, para a igreja de hoje, não é ensinar uma descida do Espírito Santo distinta da salvação, e sim, que precisamos perceber que desde o pentecostes Ele age em sua igreja e uma de suas tarefas é unir o seu povo, e não dividi-lo, como muito dos supostos movimentos atuais em nome dele.
Assim, quando estudamos o dom a luz de seu contexto, é muito difícil admitir uma compreensão diferente: O DOM DE LÍNGUAS É A CAPACIDADE DE FALAR IDIOMAS HUMANOS PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO.

BIBLIOGRAFIA

.PALMA, Anthony. O Batismo no ESPÍRITO SANTO E COM FOGO. Rio de Janeiro: CPAD, 2002;
.STUART, Douglas; FEE, Gordon D. Manual de Exegese Bíblica. Antigo e Novo Testamentos. São Paulo: Vida Nova, 2008;
SOUZA, Roberto Alves de. A doutrina do ESPÍRITO SANTO – Deus presente sempre. Rio de Janeiro: Juerp, 2002;
.HOEKEMA, Anthony. (Tradução: SILVA, Anamim Lopes). ...E AS LÍNGUAS. www.morgismo.com/ in e-book/ Coletânea de Conhecimento. Vol. 1.